- Um julgamento no Tribunal de Turim, na Itália, reconheceu o direito à cidadania italiana para processos protocolados após um novo decreto que restringe esse direito.
- O decreto, em vigor desde março, limita a cidadania por descendência a filhos e netos de italianos, excluindo bisnetos e gerações posteriores.
- O juiz considerou a nova regra inconstitucional, afirmando que viola o artigo 1º do Código Civil Italiano, que proíbe a retroatividade das leis.
- A decisão pode estabelecer um precedente para casos semelhantes em todo o país e é vista como uma esperança para muitos brasileiros que buscam a cidadania.
- A nova lei, aprovada em maio, representa a maior mudança no sistema de cidadania italiana em 90 anos e estabelece prazos para registro de filhos de italianos.
Um julgamento no Tribunal de Turim, na Itália, trouxe novas esperanças para descendentes de italianos que buscam a cidadania. Na decisão, o juiz reconheceu o direito à cidadania em um processo protocolado após a vigência de um decreto-lei que restringe severamente esse direito, considerado inconstitucional.
O decreto, que entrou em vigor em março, limitou a cidadania italiana por descendência apenas a filhos e netos de italianos, excluindo bisnetos e gerações posteriores. O juiz argumentou que a nova regra viola o artigo 1º do Código Civil Italiano, que proíbe a retroatividade das leis. Para o advogado Fábio Gioppo, especialista em cidadania italiana, a decisão reafirma que uma lei não pode anular direitos já consolidados.
Essa sentença é a primeira do Judiciário italiano sobre processos de cidadania protocolados após a nova norma e pode estabelecer um precedente para casos semelhantes em todo o país. Gioppo destacou que a decisão é um “sopro de esperança” para muitos brasileiros que temiam perder seus direitos com a nova legislação.
Mudanças na Legislação
A nova lei, aprovada em 20 de maio pela Câmara dos Deputados da Itália, representa a maior mudança no sistema de cidadania italiana em 90 anos. Além de restringir o acesso à cidadania, a norma estabelece prazos para registro de filhos de italianos reconhecidos. Aqueles que não registrarem seus filhos até 31 de maio de 2026 perderão o direito.
Os brasileiros têm se destacado na busca pela cidadania europeia. Em 2022, cerca de 25,9 mil brasileiros obtiveram cidadania na União Europeia, com 70% desses casos ocorrendo na Itália e em Portugal. O Brasil abriga uma das maiores comunidades italianas fora da Itália, com mais de 700 mil cidadãos italianos residindo no país, representando 11% do total. Estima-se que existam cerca de 30 milhões de descendentes de italianos no Brasil.
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