Mitos sobre saúde intestinal desvendados por especialistas em gastroenterologia

A saúde intestinal é um tema frequentemente negligenciado, segundo o gastroenterologista Morgan Senzischew Shane. Ele destaca que a falta de discussão sobre digestão e hábitos intestinais pode levar à persistência de mitos e desinformação. Para esclarecer esses equívocos, especialistas em gastroenterologia foram consultados. A gastroenterologista Folasade P. May observa que a frequência das evacuações pode variar de três vezes por dia a três vezes por semana, sendo a consistência e a sensação ao evacuar mais relevantes. Sintomas como dor intensa ou sangue nas fezes devem ser avaliados por um médico, pois podem indicar condições graves.

A nutricionista Tamara Duker Freuman alerta que dietas de eliminação, frequentemente adotadas por quem sofre de inchaço ou constipação, podem ser prejudiciais. Ela enfatiza que não há alimentos intrinsecamente inflamatórios e que uma dieta variada, rica em fibras, é benéfica para a saúde intestinal. Além disso, testes de sensibilidade alimentar não são confiáveis e podem levar a restrições desnecessárias na dieta. Em vez disso, recomenda-se a consulta a um nutricionista para identificar possíveis causas dos sintomas.

O conceito de que úlceras pépticas são causadas por estresse foi refutado, conforme explica William D. Chey, que atribui a maioria dos casos à bactéria Helicobacter pylori. O tratamento inadequado pode resultar em complicações graves, como câncer de estômago. Além disso, a ideia de que sucos detox são benéficos é contestada por Shane, que sugere que a fibra, essencial para a saúde intestinal, é perdida na preparação de sucos.

A gastroenterologista Nitin K. Ahuja desmistifica a crença de que nozes e pipoca devem ser evitadas por quem tem diverticulite, afirmando que esses alimentos podem, na verdade, reduzir o risco da condição. Por fim, a síndrome do intestino irritável (SII) é uma condição real, embora muitas vezes subestimada, conforme destaca Baha Moshiree. A saúde mental pode influenciar a SII, mas isso não diminui a necessidade de tratamento. A nutricionista Kayla Hopkins recomenda uma alimentação equilibrada e variada, em vez de depender de suplementos probióticos, para promover um intestino saudável.