Jornalismo prioriza tragédias e ignora boas notícias, alerta especialista

A exposição constante a notícias negativas tem gerado um impacto significativo na saúde mental da população, levando muitos a se afastarem dos meios de comunicação. O fenômeno, descrito como um “massacre” informativo, resulta em um clima de desesperança. A pressão por audiência tem levado veículos a priorizarem matérias sensacionalistas, criando um ciclo vicioso de negatividade.

Recentemente, a Folha de S.Paulo destacou a queda da criminalidade em Nova York, mas a percepção de insegurança entre os cidadãos permanece alta. A correspondente Lucia Guimarães observou que, apesar da redução nos índices de crime, o medo continua a dominar a narrativa pública. Essa contradição evidencia a dificuldade em mudar a percepção coletiva em um ambiente saturado de más notícias.

Crise de Audiência na Mídia

A Globo enfrenta uma crise de audiência, atribuindo a queda a uma falta de matérias policiais e um excesso de conteúdo leve. A direção da emissora identificou que o público busca histórias de crime e escândalos, em vez de reportagens mais otimistas. Essa mudança de foco reflete uma tendência mais ampla no jornalismo, onde o que “sangra, dá manchete”.

Além disso, mesmo quando há boas notícias, como o crescimento do PIB ou a redução do desemprego, frequentemente surgem ressalvas que minimizam esses avanços. A narrativa predominante tende a ser pessimista, contribuindo para um estado de depressão coletiva. A substituição de reportagens investigativas por análises em estúdio tem agravado essa situação.

Necessidade de Mudança

A Folha já tentou implementar uma seção de “Boa Notícia”, mas a iniciativa não prosperou devido à escassez de conteúdo positivo. A proposta de diversificar a pauta e buscar histórias inspiradoras é vista como uma possível solução para amenizar o clima de negatividade. A busca por novos personagens e narrativas pode ajudar a criar um noticiário menos hostil e mais esperançoso.