Saúde

Estudo revela que mortes em Gaza podem ser 40% maiores do que os números oficiais indicam

A London School of Hygiene and Tropical Medicine estima 64.300 mortos em Gaza. A análise sugere que 59% das vítimas são mulheres, crianças e idosos. A contagem oficial do Ministério da Saúde palestino é contestada por Israel. A metodologia de captura recaptura foi usada para estimar as baixas. O estudo alerta para a subnotificação e a incerteza nos números reais.

Pessoas verificam a destruição após um ataque israelense na escola Al-Farabi, no centro da Cidade de Gaza, que está abrigando várias pessoas deslocadas, em 15 de janeiro de 2025. (Foto: OMAR AL-QATTAA/AFP)

Pessoas verificam a destruição após um ataque israelense na escola Al-Farabi, no centro da Cidade de Gaza, que está abrigando várias pessoas deslocadas, em 15 de janeiro de 2025. (Foto: OMAR AL-QATTAA/AFP)

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Uma nova análise publicada na revista The Lancet sugere que as mortes na Faixa de Gaza durante os primeiros nove meses da guerra podem ter sido subestimadas em mais de 40%. A pesquisa, conduzida por especialistas da London School of Hygiene and Tropical Medicine, utilizou modelagem estatística para estimar o número real de vítimas, que seria de cerca de 64.300 mortos, em comparação com os 37.900 relatados pelo Ministério da Saúde palestino. A análise indica que 2,9% da população de Gaza pré-guerra foi morta por lesões traumáticas, representando 1 em cada 35 habitantes.

Os pesquisadores destacaram que 59% das vítimas eram mulheres, crianças e idosos, mas não determinaram quantos eram combatentes. Mike Spagat, especialista em cálculos de baixas de guerra, afirmou que a análise reforça a ideia de que as mortes em Gaza foram subnotificadas. No entanto, ele alertou que a precisão de uma mortalidade subnotificada de 41% pode ser enganosa, pois o número real pode ser menor ou significativamente maior. A estimativa de 64.260 mortes tem um intervalo de confiança entre 55.298 e 78.525.

Se a subnotificação for extrapolada até outubro de 2024, o total de vítimas pode ultrapassar 70.000. Francesco Checchi, um dos autores do estudo, enfatizou a importância de quantificar as mortes para avaliar a proporcionalidade da campanha militar e a proteção de civis. A análise utilizou um método chamado captura-recaptura, que se baseou em três fontes de dados: registros do Ministério da Saúde, relatos de familiares e obituários nas redes sociais.

Os pesquisadores notaram que a destruição do sistema de saúde em Gaza dificultou o registro de mortes, especialmente em casos onde famílias inteiras foram mortas ou quando os corpos foram enterrados sem documentação. Patrick Ball, diretor de pesquisa do Human Rights Data Analysis Group, elogiou a robustez do estudo, mas sugeriu que a incerteza poderia ser maior do que a apresentada. Ele recomendou que os autores considerassem um intervalo mais amplo para as estimativas de mortes, dada a complexidade da situação em um contexto de conflito.

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