Eduardo Brondízio, professor de Antropologia da Universidade de Indiana, recebeu o Prêmio Tyler 2025 por seu trabalho em biodiversidade e seu impacto nas sociedades humanas. O prêmio, concedido pela primeira vez a sul-americanos, reconhece seu compromisso em entender a relação entre comunidades locais e a biodiversidade, especialmente na Amazônia. Brondízio, que tem mais de 30 […]
Eduardo Brondízio, professor de Antropologia da Universidade de Indiana, recebeu o Prêmio Tyler 2025 por seu trabalho em biodiversidade e seu impacto nas sociedades humanas. O prêmio, concedido pela primeira vez a sul-americanos, reconhece seu compromisso em entender a relação entre comunidades locais e a biodiversidade, especialmente na Amazônia. Brondízio, que tem mais de 30 anos de pesquisa na região, destaca a importância de integrar ciências sociais nas discussões sobre biodiversidade e mudanças climáticas, enfatizando que “a biodiversidade é sobre a gente”.
O açaí, um dos produtos amazônicos estudados por Brondízio, apresenta um potencial de cadeia de valor sustentável, embora enfrente desafios. Ele observa que, apesar do crescimento econômico em torno do açaí, a maior parte dos lucros se concentra fora da região, o que limita o benefício direto para as comunidades locais. Com a COP30 de Mudanças Climáticas se aproximando, Brondízio vê uma oportunidade para a Amazônia, mas alerta que problemas sociais, como a urbanização precária e o crescimento de economias ilegais, podem comprometer os avanços ambientais.
Brondízio também faz uma analogia entre a Amazônia e o futebol, afirmando que, assim como em um jogo, a solução dos problemas da região depende do trabalho em equipe e da compreensão das forças em jogo. Ele se considera um “otimista crítico”, acreditando que as comunidades estão ativamente buscando soluções, mesmo diante de desafios significativos. Ele ressalta a importância de reconhecer os avanços feitos nas últimas décadas, como legislações ambientais nos Estados Unidos e acordos internacionais que demonstram a capacidade de enfrentar problemas coletivos.
Por fim, Brondízio enfatiza que, apesar do cenário político conturbado, é crucial valorizar as conquistas em sustentabilidade e a capacidade de ação das comunidades amazônicas. Ele acredita que a experiência acumulada ao longo dos anos pode ser um guia para enfrentar os desafios futuros da região.
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