A epidemia de fentanil nos Estados Unidos representa uma grave crise de saúde pública, com repercussões que podem se espalhar globalmente. Em 2023, mais de 75% das 107 mil mortes por overdose no país foram atribuídas a opioides sintéticos, com o fentanil liderando as estatísticas. Para contextualizar, em 2010, apenas 10% das cerca de 40 […]
A epidemia de fentanil nos Estados Unidos representa uma grave crise de saúde pública, com repercussões que podem se espalhar globalmente. Em 2023, mais de 75% das 107 mil mortes por overdose no país foram atribuídas a opioides sintéticos, com o fentanil liderando as estatísticas. Para contextualizar, em 2010, apenas 10% das cerca de 40 mil mortes envolviam esses compostos. Apesar de uma leve redução recente, mais de 200 vidas são perdidas diariamente devido a essas substâncias.
O fentanil se destaca pela sua potência extrema, baixo custo e alta lucratividade para o tráfico. Seus efeitos eufóricos são cem vezes mais fortes que os da morfina, tornando-o altamente viciante. A produção é fácil e barata, permitindo que pequenas quantidades sejam suficientes para milhares de doses, o que representa um grande desafio para as autoridades de saúde e segurança. Imagens de usuários em cidades como Portland, que reverteram a descriminalização de drogas devido à epidemia, refletem uma realidade semelhante à das cracolândias no Brasil.
A comparação com o crack não é acidental, pois ambos podem levar à dependência extrema e crises de abstinência severas. O Brasil já começa a ver apreensões de fentanil, o que pode indicar uma tendência preocupante. A ONU também alertou sobre o surgimento do nitazeno, uma substância ainda mais potente, que pode representar uma nova ameaça. Com um grande mercado consumidor e fronteiras extensas, o Brasil precisa se preparar para a chegada dessas drogas.
Reforçar a fiscalização é crucial, mas não suficiente. O sistema público de saúde, já sobrecarregado, precisará de revisão, especialmente nas áreas de prevenção e tratamento de dependência química. Campanhas educativas são essenciais para conscientizar a população sobre os riscos do fentanil e outras substâncias. A discussão sobre esses temas deve ser feita com urgência, pois a ação preventiva pode ser a chave para evitar uma crise de grandes proporções.
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