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Pesquisadores buscam colaboração justa com conhecimentos indígenas e locais

- A planta pervinca de Madagascar é usada na medicina tradicional há séculos, tratando doenças como diabetes e câncer. - Pesquisadores, como Damian Cohall, colaboram com comunidades indígenas para integrar saberes tradicionais em suas pesquisas. - A exploração do conhecimento indígena por cientistas ocidentais gera desconfiança e marginalização de práticas tradicionais. - O Sámi, povo indígena da Suécia, adapta práticas de pastoreio às mudanças climáticas, refletindo uma compreensão dinâmica do ambiente. - Projetos de co-produção de conhecimento buscam respeitar e amplificar as tradições locais, mas desafios persistem na implementação.

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Por Revisado por: Time de Jornalismo Portal Tela
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A planta conhecida como pervinca de Madagascar (Catharanthus roseus) é amplamente reconhecida por suas propriedades medicinais, sendo utilizada em diversas tradições, como a chinesa e a africana, para tratar doenças como diabetes e malária. O etnofarmacologista Damian Cohall, da Universidade das Índias Ocidentais, destacou que compostos da planta podem inibir uma enzima que regula os […]

A planta conhecida como pervinca de Madagascar (Catharanthus roseus) é amplamente reconhecida por suas propriedades medicinais, sendo utilizada em diversas tradições, como a chinesa e a africana, para tratar doenças como diabetes e malária. O etnofarmacologista Damian Cohall, da Universidade das Índias Ocidentais, destacou que compostos da planta podem inibir uma enzima que regula os níveis de insulina, potencialmente levando a novos tratamentos para diabetes tipo 2. Ele enfatiza que o conhecimento tradicional sobre as propriedades anti-diabéticas da pervinca valida a ciência indígena que existia antes dos sistemas de conhecimento ocidentais.

Entretanto, a exploração desse conhecimento indígena não é nova. Na década de 1950, pesquisadores ocidentais descobriram que os alcaloides da planta poderiam tratar câncer, resultando em medicamentos que geram lucros significativos, mas que não beneficiam as comunidades locais que detêm esse saber. Marie Roué, antropóloga ambiental, observa que o conhecimento indígena é frequentemente desconsiderado por incorporar elementos espirituais e ser transmitido oralmente, dificultando sua formalização segundo métodos ocidentais.

Cohall e Roué trabalham em colaboração com comunidades indígenas para preservar e integrar esses conhecimentos em suas pesquisas. A abordagem holística do conhecimento indígena, como a dos pastores de renas Sámi na Suécia, reflete uma compreensão dinâmica do ambiente, que é frequentemente ignorada por métodos científicos que buscam verdades estáveis. A palavra Sámi guohtun, que se refere a pastagens, ilustra essa perspectiva, pois abrange a disponibilidade de líquen para as renas, dependendo das condições climáticas.

A integração de conhecimentos indígenas com a ciência ocidental enfrenta desafios, como a resistência de empresas florestais em considerar a variabilidade do conceito de guohtun. Lars Nutti, um pastor Sámi, reconheceu a importância de um termo que descreve florestas ricas em líquen, e, em parceria com Roturier, conduziu um projeto que demonstrou a eficácia da dispersão de líquen para melhorar pastagens. Os resultados positivos do projeto indicam que a colaboração entre comunidades locais e cientistas pode enriquecer estratégias de conservação e promover um entendimento mais profundo da biodiversidade.

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