Especialistas alertam que o transtorno por uso de álcool não afeta apenas quem bebe todos os dias, mas também aqueles que exageram nos fins de semana, o que pode trazer sérias consequências. O psicólogo João Vitor Borges destaca que a forma como o álcool é retratado na mídia pode dificultar a compreensão dos riscos. A dependência alcoólica envolve uma relação tanto física quanto psicológica com a bebida. O médico Maurício de Souza Lima afirma que o consumo de álcool e a dependência mudaram ao longo do tempo. O transtorno por uso de álcool é classificado em níveis de leve a grave, com critérios como beber mais do que o planejado e continuar a beber apesar de problemas. A abstinência pode causar sintomas como irritação e ansiedade. O médico Uno Vulpo alerta que não existe uma quantidade segura de álcool e que o consumo se torna problemático quando afeta a vida pessoal ou profissional. Lívia Pires Guimarães, da Junta de Serviços Gerais dos Alcoólicos Anônimos, explica que o alcoolismo é um transtorno mental e que reconhecer o problema é um grande desafio, já que a sociedade incentiva o consumo e estigmatiza quem tem problemas. Vulpo acrescenta que o impacto do álcool no dia a dia é um sinal de que o consumo pode não ser apenas social. A romantização do álcool na cultura e na mídia dificulta a conscientização sobre os riscos, o que complica o trabalho de ajuda em serviços de saúde.
Alerta sobre consumo de álcool: dependência não se limita a quem bebe diariamente
Especialistas alertam que o transtorno por uso de álcool afeta não só quem consome bebidas diariamente, mas também aqueles que abusam nos fins de semana, gerando graves consequências. A discussão ganha força em meio à romantização do álcool na mídia e na cultura.
O psicólogo clínico João Vitor Borges, do Instituto Bem do Estar, explica que estereótipos prejudicam a compreensão dos riscos. Representações extremas no audiovisual podem tanto alertar quanto afastar da percepção do problema. O álcool altera a percepção, mesmo em pequenas quantidades.
A dependência alcoólica é caracterizada por uma relação física e psicológica com o álcool, segundo Catarina Pignato. O médico Maurício de Souza Lima ressalta que o consumo mudou, assim como a dependência. “Hoje, o transtorno por uso de álcool não se limita a quem bebe diariamente”, afirma.
O transtorno por uso de álcool (DUA), conforme o DSM-5, é classificado de leve a grave. Os critérios incluem beber mais do que o planejado, tentativas frustradas de parar, prejuízos pessoais e financeiros, e continuar bebendo mesmo com esses prejuízos. A abstinência pode causar irritação, ansiedade, confusão e até convulsões.
“Não existe dose segura de álcool diária”, alerta o médico Uno Vulpo, especialista em redução de danos. O consumo se torna problemático quando causa disfunções psicológicas, cognitivas, familiares ou no trabalho.
A presidente da Junta de Serviços Gerais dos Alcoólicos Anônimos (AA), Lívia Pires Guimarães, explica que o alcoolismo é um transtorno mental e comportamental. O AA oferece apoio e um método de 12 perguntas para refletir sobre a relação com a bebida.
Reconhecer o problema é o maior desafio, segundo Guimarães. A sociedade incentiva o consumo, mas estigmatiza quem desenvolve problemas. Abordar a pessoa de forma acolhedora e reflexiva, em momentos de sobriedade, é o ideal.
Vulpo ressalta que beber socialmente depende do impacto no cotidiano. Se a bebida altera o funcionamento, humor ou produtividade, não é apenas social. Fatores genéticos e hábitos de vida também influenciam.
A romantização do álcool na mídia e a cultura que associa bebida à socialização dificultam a conscientização sobre os riscos. Isso dificulta o trabalho de redução de danos nas UBSs (Unidades Básicas de Saúde) e nos CAPS (Centro de Atenção Psicossocial).
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