Saúde

Compostos de esponjas marinhas mostram potencial contra malária resistente a tratamentos convencionais

Compostos químicos de esponjas marinhas mostram potencial promissor no combate à malária, incluindo cepas resistentes.

Mosquito Anopheles, vetor do patógeno da malária (Foto: James Gathany/CDC)

Mosquito Anopheles, vetor do patógeno da malária (Foto: James Gathany/CDC)

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Pesquisadores brasileiros identificaram compostos químicos em esponjas marinhas que podem eliminar o parasita da malária, incluindo cepas resistentes a tratamentos convencionais. Os resultados foram publicados na revista ACS Infectious Diseases. A malária, transmitida por mosquitos Anopheles, é uma das principais causas de morte no mundo, com cerca de 600 mil vítimas em 2023, sendo 75% crianças menores de cinco anos.

Os compostos, chamados batzelladinas F e L, mostraram ação rápida contra os parasitas Plasmodium falciparum e Plasmodium vivax. A eficácia foi comprovada em testes com amostras de sangue de pacientes e em camundongos infectados. Rafael Guido, professor do Instituto de Física de São Carlos da Universidade de São Paulo (IFSC-USP) e coautor do estudo, destacou que, embora os compostos não eliminem completamente os protozoários, eles podem inspirar a criação de novos tratamentos.

Importância da Biodiversidade

A pesquisa envolveu uma equipe multidisciplinar da USP, do Museu Nacional, da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e do Centro de Pesquisa de Medicina Tropical de Roraima. O trabalho recebeu apoio da FAPESP, do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). Roberto Berlinck, professor do Instituto de Química de São Carlos (IQSC-USP), ressaltou a importância da biodiversidade brasileira, que está ameaçada pelas mudanças climáticas.

As esponjas marinhas, como a Monanchora arbuscula, vivem em ambientes que estão sendo afetados pelo aquecimento dos oceanos. Berlinck alertou que a perda desses organismos pode impactar a descoberta de novos fármacos. A pesquisa também revelou que as batzelladinas inibem a multiplicação dos parasitas nas hemácias do hospedeiro, reduzindo a chance de resistência ao tratamento.

Potencial Antiparasitário

Além de combater a malária, as substâncias extraídas das esponjas marinhas têm mostrado atividade contra outras doenças, como leishmaniose e Chagas. Guido explicou que a presença de compostos com potencial terapêutico em organismos marinhos, que não precisam se proteger de parasitas terrestres, é comum em estudos de produtos naturais. Os metabólitos secundários, que desempenham funções adaptativas, são fundamentais para a sobrevivência desses organismos nos oceanos.

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