12 de mai 2025
Médica canadense relata experiências emocionantes com a morte assistida no país
Morte assistida no Canadá cresce em aceitação e prática, com relatos emocionantes de pacientes e reflexões de Stefanie Green, pioneira na área.
Os médicos que operam a morte assistida muitas vezes fazem aplicação intravenosa de remédios que levarão à morte do paciente (Foto: Stefanie Green)
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Stefanie Green, médica pioneira em morte assistida no Canadá, compartilha suas experiências sobre o processo e os critérios de elegibilidade. Desde 2016, a prática é legal no país, inicialmente restrita a pacientes terminais. Em 2021, a legislação foi ampliada para incluir aqueles com sofrimento intolerável, mesmo sem doenças terminais.
Em seu livro, This is Assisted Dying (em tradução livre, Isto é Morte Assistida), Green relata momentos marcantes de sua carreira. Um deles envolve um paciente que, antes de receber a assistência, agradeceu a ela, dizendo que a médica havia "salvado sua vida". No entanto, os medicamentos que ela administrou levariam à morte do paciente em poucos minutos. Para Green, a morte assistida não é um fim, mas sim a realização da vontade do paciente.
Atualmente, Green dedica 75% de seu tempo à assistência médica para a morte (MAID, na sigla em inglês). Ela explica que o papel do médico é ajudar as pessoas em todos os estágios da vida, incluindo a morte. A médica, que começou sua carreira atendendo partos, decidiu mudar seu foco após a legalização da morte assistida no Canadá, motivada por sua crença na autonomia do paciente.
Processo de Morte Assistida
O processo de morte assistida envolve critérios rigorosos. O paciente deve ter mais de dezoito anos, estar em estado avançado de uma doença grave e irremediável e sofrer de forma intolerável. Green detalha que, antes do procedimento, realiza várias visitas para conhecer o paciente e sua família. No dia marcado, ela reavalia se o paciente realmente deseja seguir em frente.
Existem dois métodos para a morte assistida: um em que o paciente ingere um barbitúrico e outro, mais comum, em que o médico administra os medicamentos por via intravenosa. Green utiliza um protocolo que combina quatro medicamentos, garantindo que o paciente morra de forma tranquila e digna.
Reflexões e Críticas
Embora a maioria dos canadenses apoie a morte assistida, a prática enfrenta críticas. Green refuta argumentos que afirmam que a assistência coloca populações vulneráveis em risco, defendendo que a autonomia do paciente deve ser respeitada. Ela também aborda a questão da assistência a pacientes com transtornos mentais, afirmando que a capacidade de decisão deve ser avaliada individualmente.
Os números de mortes assistidas no Canadá têm aumentado, com mais de quinze mil casos registrados em 2023. Green acredita que o crescimento é esperado e que o foco deve ser garantir que todos os que desejam a assistência tenham acesso a ela. A médica continua a trabalhar nesse campo, sentindo-se privilegiada por fazer parte de momentos tão íntimos e significativos na vida de seus pacientes.
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