Ex-usuários da Golden Cross enfrentam cobranças indevidas após liquidação da operadora

Ex-usuários da Golden Cross estão recebendo boletos de pagamento em maio, mesmo após a liquidação extrajudicial da operadora de planos de saúde, determinada pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). A operadora foi extinta na terça-feira, deixando cerca de 50 mil beneficiários sem cobertura.

A ANS orienta que os consumidores não realizem esses pagamentos. A agência explica que, em geral, os planos de saúde operam com regime de pré-pagamento, onde a mensalidade é paga para garantir cobertura nos 30 dias seguintes. A exceção são planos empresariais com contratos específicos.

Beneficiários que já estão em processo de portabilidade relataram ter pago mensalidades tanto da Golden Cross quanto da nova operadora, temendo complicações na transferência. Para a portabilidade especial, a ANS afirma que a comprovação de adimplência pode ser feita com cópias de três boletos vencidos nos últimos seis meses. Assim, mesmo quem não pagou as mensalidades de março e abril pode realizar a portabilidade até 11 de julho.

Orientações da ANS

A ANS destaca que a portabilidade é um direito individual do beneficiário, independentemente de estar vinculado a um plano empresarial. As empresas não podem realizar a portabilidade; elas devem firmar novos contratos com outras operadoras, se desejarem manter o benefício.

A Vision Med, responsável pela Golden Cross, informou que, com a liquidação, a ANS assumiu a gestão da empresa. No entanto, não esclareceu a emissão dos boletos para pagamento. A coordenadora do Núcleo de Defesa do Consumidor (Nudecon), Luciana Teles, alerta que quem pagou os boletos pode ter dificuldades para reembolso, já que a empresa em liquidação pode não ter patrimônio para ressarcir os consumidores.