A violência sexual contra homens e meninos é um problema sério e muitas vezes ignorado. No Brasil, cerca de 27 meninos e homens são vítimas de estupro todos os dias, e os casos aumentaram em quase 25% entre 2018 e 2022. A maioria das vítimas masculinas tem entre 3 e 13 anos, e muitas vezes os agressores são pessoas conhecidas, como familiares. Relatos de homens que sofreram abusos mostram que eles sentem vergonha e confusão, o que dificulta a denúncia. Muitos não reconhecem que foram vítimas, especialmente quando o agressor é uma mulher. A sociedade ainda não vê os homens como possíveis vítimas de violência sexual, o que contribui para o silêncio e a subnotificação dos casos. Especialistas afirmam que é importante discutir e conscientizar sobre essa questão para que mais homens se sintam seguros para falar sobre suas experiências. Além disso, mudanças na legislação buscam melhorar a proteção de crianças e adolescentes em ambientes esportivos, mas a eficácia dessas leis depende de sua implementação.
A violência sexual contra homens e meninos no Brasil é um problema crescente e frequentemente subnotificado. Dados de 2023 indicam que, em média, 27 meninos e homens são vítimas de estupro diariamente, representando 11,8% dos casos totais de violência sexual. Entre 2018 e 2022, houve um aumento de 24,9% nos casos notificados, evidenciando a urgência de discutir e prevenir essa violência.
A maioria das vítimas masculinas tem entre 3 e 13 anos, e 65,1% das violências ocorrem dentro de casa, geralmente por familiares ou conhecidos. Especialistas apontam que o estigma cultural impede que muitos homens reconheçam e denunciem esses abusos. André, um homem de 29 anos, compartilha que foi vítima de violência sexual por uma prima quando tinha apenas 7 anos. Ele destaca que, na época, não identificou a situação como um abuso, refletindo a dificuldade que muitos homens têm em reconhecer sua vulnerabilidade.
Jorge, outro homem que sofreu abusos, relata experiências semelhantes. Ele foi assediado por um conhecido aos 10 anos e, mais tarde, por um colega de trabalho. Em suas memórias, Jorge expressa confusão e vergonha, sentindo que a violência que sofreu não era um problema significativo. Essa minimização é comum entre homens, que frequentemente não se sentem confortáveis para discutir suas experiências.
A legislação brasileira tem avançado para combater essa questão. Em 2024, o governo alterou a Lei Geral do Esporte, exigindo que clubes e entidades educacionais implementem protocolos de prevenção ao abuso sexual. Apesar disso, especialistas alertam que a eficácia dessas normas depende da implementação e da responsabilização de quem silencia diante de indícios de abuso.
A subnotificação de casos de violência sexual contra homens e meninos é uma barreira significativa para entender a dimensão do problema. O psicólogo Denis Gonçalves Ferreira destaca que muitos homens têm dificuldade em reconhecer que foram vítimas, devido a pressões sociais e à forma como foram educados. A necessidade de um diálogo aberto sobre a violência sexual masculina é urgente, para que mais homens se sintam seguros para compartilhar suas experiências e buscar ajuda.
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