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Mulheres enfrentam desafios no diagnóstico e tratamento de doenças na saúde

Mulheres ainda enfrentam subestimação de sintomas de saúde, evidenciando a urgência de reformular a formação médica e aumentar pesquisas sobre suas condições.

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Por Revisado por: Time de Jornalismo Portal Tela
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Alissa, uma analista de dados, teve falta de ar e foi ao hospital, mas o médico disse que era só nervosismo. Após horas, ela conseguiu exames e foi diagnosticada com uma embolia pulmonar grave, que poderia ter sido fatal. Dana, uma empresária, também teve suas dores desconsideradas por médicos até receber o diagnóstico de uma condição rara chamada síndrome de Ehlers Danlos aos 35 anos. Estudos mostram que mulheres muitas vezes não recebem o tratamento adequado, como analgésicos para dor abdominal ou diagnósticos corretos para infartos. A professora Carmen Diniz explica que há um viés de gênero que descredita as queixas femininas, um problema que vem de crenças antigas sobre histeria. Essas ideias erradas ainda afetam a medicina, levando a negligência em condições de saúde femininas. A episiotomia, um corte feito durante o parto, foi amplamente utilizado sem necessidade e só começou a ser questionado a partir da década de 1980. Além disso, as mulheres enfrentam dificuldades em receber diagnósticos corretos para problemas como infartos, que podem se manifestar de forma diferente nelas. Especialistas pedem mais educação para profissionais de saúde e mais pesquisas sobre saúde feminina, além de maior presença de mulheres em posições de liderança na área.

Mulheres enfrentam subestimação de sintomas de saúde, revelam relatos

Mulheres continuam a enfrentar desafios no diagnóstico e tratamento de condições de saúde, conforme relatos recentes de Alissa Caresia Munerato e Dana Steinberg. Ambas vivenciaram a subestimação de seus sintomas, evidenciando a necessidade de reformulação na formação de profissionais de saúde e maior pesquisa sobre questões femininas.

Alissa, analista de dados, teve uma experiência alarmante aos dezenove anos, quando sofreu uma falta de ar repentina. Ao buscar atendimento em um hospital privado em São Paulo, foi informada por um médico que seu sintoma era provavelmente emocional. Após insistir, conseguiu realizar exames e foi diagnosticada com uma embolia pulmonar grave, que a levou à UTI. “Eu podia ter morrido por não ter sido ouvida”, afirma Alissa, hoje com trinta anos.

Dana, empresária de quarenta anos, também enfrentou descrédito em relação às suas queixas de dores e cansaço. Somente aos trinta e cinco anos, recebeu o diagnóstico da síndrome de Ehlers Danlos, uma condição que afeta a produção de colágeno. “Muitos médicos desconsideraram minhas queixas”, relata Dana, que observa um tratamento diferenciado para seu marido, que tem esclerose múltipla.

Viés de gênero na saúde

Estudos indicam que o viés de gênero afeta o atendimento médico, resultando em diagnósticos inadequados para mulheres. Elas têm menor probabilidade de receber analgésicos para dor abdominal e enfrentam dificuldades em diagnósticos de infarto. A professora Carmen Simone Diniz, da Universidade de São Paulo (USP), destaca que a história médica está repleta de preconceitos, como a classificação de sintomas femininos como histeria.

A crença de que as mulheres exageram em suas queixas remonta a séculos, com raízes na medicina antiga. Hipócrates, por exemplo, associou a histeria a um desequilíbrio emocional exclusivo das mulheres. Apesar de avanços, resquícios desse pensamento ainda persistem, levando a negligências em áreas como saúde cardiovascular e ginecológica.

Necessidade de mudança

Especialistas pedem uma mudança na formação de profissionais de saúde e um aumento na pesquisa sobre condições femininas. A ginecologista Carolina Ambrogini ressalta que sintomas como dores intensas durante a relação sexual são frequentemente minimizados. “É necessário um atendimento especializado, pois essas queixas podem ter causas graves”, afirma.

A educação de pacientes e profissionais é fundamental para garantir que doenças cardiovasculares, que representam uma das principais causas de morte entre mulheres, sejam tratadas com a seriedade necessária. A falta de representatividade feminina em pesquisas e cargos de liderança na saúde também é um ponto crítico a ser abordado.

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