Recentemente, a FIGIJ e a NASPAG publicaram um artigo que pede para separar a ideia de hímen da virgindade. Elas afirmam que a aparência do hímen não deve ser usada para documentar casos de abuso sexual e que testes de virgindade são uma violação dos direitos humanos. O artigo explica que o hímen é uma membrana que pode variar de pessoa para pessoa e que não é um sinal confiável de virgindade. Além disso, o texto destaca que o hímen pode ser rompido por várias razões, como acidentes ou traumas, e não apenas por relações sexuais. As entidades também pedem que os termos “virgem” e “virgindade” sejam retirados de documentos oficiais, pois não têm significado médico. A avaliação de casos de abuso deve ser feita por profissionais treinados, e a história da paciente é a evidência mais importante. No Brasil, o Conselho Federal de Medicina já não relaciona a virgindade à aparência do hímen.
Entidades internacionais desassociam hímen de virgindade
A Federação Internacional de Ginecologia Infantil e Adolescente (FIGIJ) e a Sociedade Norte-Americana de Ginecologia Pediátrica e Adolescente (NASPAG) publicaram um artigo na revista *Journal of Pediatric and Adolescent Gynecology*, em fevereiro, pedindo a desassociação entre a aparência do hímen e a virgindade. As entidades afirmam que o hímen não deve ser utilizado na documentação de casos de abuso sexual.
Rosana dos Reis, presidente da Comissão Nacional Especializada em Ginecologia na Infância e Adolescência da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), explica que o hímen é uma membrana fibroelástica que pode variar em aparência. “O hímen não é imutável e sua aparência muda ao longo da vida”, afirma Reis. O artigo refuta a ideia de que o rompimento do hímen, seja por relações sexuais ou outros fatores, altera o status social da mulher.
Testes de virgindade e direitos humanos
O texto também critica a prática de testes de virgindade, que são comuns em várias culturas antes do casamento. Essas práticas são consideradas uma violação dos direitos humanos. As entidades pedem que os termos “virgem” e “virgindade” sejam removidos de documentos oficiais, pois não têm significado médico relevante.
A avaliação de casos de abuso deve ser realizada por equipes multidisciplinares com treinamento forense, segundo o artigo. “A história da paciente é a evidência mais confiável de abuso prévio”, destaca o texto. No Brasil, o Conselho Federal de Medicina (CFM) já não vincula a virgindade à aparência do hímen, reconhecendo que existem diferentes tipos de hímen que podem ser rompidos de várias formas.
Essas mudanças no entendimento sobre o hímen e a virgindade visam promover uma abordagem mais sensível e informada sobre a saúde e os direitos das mulheres.
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