Um ano após o início da vacinação contra a dengue na rede pública, 37% do público-alvo foi imunizado, totalizando 3,1 milhões de crianças e adolescentes entre 10 e 14 anos. O Ministério da Saúde enfrenta dificuldades para aumentar essa cobertura, com dois principais obstáculos: a limitação na entrega de doses pelo laboratório e a baixa […]
Um ano após o início da vacinação contra a dengue na rede pública, 37% do público-alvo foi imunizado, totalizando 3,1 milhões de crianças e adolescentes entre 10 e 14 anos. O Ministério da Saúde enfrenta dificuldades para aumentar essa cobertura, com dois principais obstáculos: a limitação na entrega de doses pelo laboratório e a baixa procura nos postos de saúde. O diretor do Programa Nacional de Imunização, Eder Gatti, destacou que a pasta evita estabelecer metas de vacinação devido à escassez de estoques.
Até 3 de fevereiro, apenas 50,15% das 6,5 milhões de doses distribuídas foram aplicadas. Claudio Maeirovitch, médico sanitarista da Fiocruz, alertou que a baixa cobertura pode comprometer a eficácia da vacinação durante o pico da doença, entre fevereiro e junho. Ele sugere que, caso a cobertura não melhore até março, a faixa etária para vacinação poderia ser ampliada. A escolha atual se baseia em estudos clínicos que indicam que adolescentes de 10 a 14 anos são os mais afetados.
Para 2025, o Ministério da Saúde adquiriu 9,5 milhões de doses da vacina da farmacêutica Takeda, que serão distribuídas mensalmente. A primeira remessa de 300 mil doses já chegou ao Brasil. A pasta não planeja ampliar a faixa etária para vacinação neste ano, priorizando a distribuição em municípios com maior histórico de casos. Maeirovitch ressaltou a importância de focar em áreas com maior risco de infecção.
O cenário epidemiológico pode ser alterado pelo retorno do tipo 3 da dengue, que voltou a circular após mais de dez anos. Especialistas alertam que essa variante é mais virulenta e pode agravar a situação, especialmente em estados como São Paulo e Minas Gerais. Em resposta, o Ministério da Saúde intensificou ações de prevenção e vigilância, antecipando a instalação do Centro de Operações Emergenciais em Dengue e reforçando a compra de vacinas e inseticidas.
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