Edilson Osório Jr., fundador da OriginalMy, teve seu primeiro contato com o bitcoin em 2011 e, em 2014, se inspirou na Universidade de Nicosia, que registrou certificados na blockchain. Ele propôs a ideia de registrar propriedade intelectual na tecnologia, mas não imaginava os desafios que enfrentaria. Em 2015, lançou sua plataforma, que logo precisou ser […]
Edilson Osório Jr., fundador da OriginalMy, teve seu primeiro contato com o bitcoin em 2011 e, em 2014, se inspirou na Universidade de Nicosia, que registrou certificados na blockchain. Ele propôs a ideia de registrar propriedade intelectual na tecnologia, mas não imaginava os desafios que enfrentaria. Em 2015, lançou sua plataforma, que logo precisou ser atualizada para incluir a assinatura digital, levando à criação da OriginalMy, focada em autenticidade e registro de documentos em blockchain.
Osório enfrentou resistência do Colégio Notarial Brasileiro (CNB), que o considerou um concorrente. Ele relata que o CNB tentava impedi-lo de usar termos como “autenticação”, alegando que apenas cartórios poderiam oferecer esse serviço. O CNB, por sua vez, defende que seu sistema de e-Notariado foi desenvolvido antes da OriginalMy e que a regulamentação ocorreu em 2020, em resposta à necessidade de digitalização durante a pandemia.
Na Paraíba, Osório colaborou com o cartório de Válber Azevêdo Bastos para desenvolver uma ferramenta de autenticação remota, mas o cartório foi investigado e sofreu intervenções que resultaram na perda de sua delegação. O CNB alegou que a autenticação digital estava sendo feita sem a presença dos documentos originais, enquanto Osório afirmou que sua tecnologia permitia a comparação digital sem necessidade de cotejo físico.
Após enfrentar problemas com a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) em 2018, Osório decidiu transferir a OriginalMy para a Estônia, onde encontrou um ambiente regulatório mais favorável. Com um investimento inicial de R$ 100 mil, a empresa agora opera com seis funcionários e já certificou 1,23 milhão de documentos. Além do PAC Digital, que abrange diversos tipos de documentos, a startup também lançou o PACWeb, que certifica conteúdos online, e participou de um hackathon na Estônia com uma proposta para autenticar prescrições médicas.