A manipulação emocional nas redes sociais tem se tornado um tema central de discussão, especialmente em relação ao que se chama de “ragebait”, que provoca raiva, e o menos comentado “sadbait”, que evoca tristeza. Ambos os tipos de conteúdo são utilizados por criadores para atrair seguidores e interações, com a raiva frequentemente recebendo mais atenção. […]
A manipulação emocional nas redes sociais tem se tornado um tema central de discussão, especialmente em relação ao que se chama de “ragebait”, que provoca raiva, e o menos comentado “sadbait”, que evoca tristeza. Ambos os tipos de conteúdo são utilizados por criadores para atrair seguidores e interações, com a raiva frequentemente recebendo mais atenção. Contudo, o sadbait, que inclui vídeos melancólicos e histórias de desespero, tem mostrado um impacto significativo, especialmente no TikTok, onde formatos como “Corecore” têm alcançado centenas de milhões de visualizações.
Pesquisadores, como Soma Basu, da Universidade de Tampere, destacam que conteúdos que transmitem emoções intensas, como tristeza, conseguem capturar a atenção dos usuários em meio ao fluxo incessante de informações. O sadbait não se limita a expressões humanas; imagens geradas por inteligência artificial de gatos tristes e vítimas fictícias de desastres naturais também têm gerado grande engajamento. Essa dinâmica revela um paradoxo: mesmo conteúdos falsos podem ressoar emocionalmente com o público, levando a interações significativas.
Os algoritmos das plataformas sociais favorecem postagens que geram reações, independentemente de serem positivas ou negativas. Criadores de conteúdo, cientes dessa lógica, produzem material que maximize o envolvimento, criando um ciclo de produção e promoção. Nina Lutz, da Universidade de Washington, observa que, além de provocar emoções, esses conteúdos oferecem um espaço para discussões sobre experiências pessoais, permitindo que os usuários compartilhem suas histórias em um ambiente que pode parecer acolhedor.
O fenômeno dos vídeos de choro, especialmente em plataformas como o TikTok, exemplifica como a exibição de emoções pode desafiar normas sociais. Esses vídeos, que muitas vezes mostram influenciadores chorando ao som de músicas, atraem visualizações ao oferecer um vislumbre de vulnerabilidade. Essa intimidade digital, embora possa parecer exibicionista, também serve para expor e discutir questões sociais mais amplas, criando conexões entre diferentes grupos e experiências.
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