Sam Altman, CEO da OpenAI, afirmou que a superinteligência pode ser alcançada em poucos mil dias, destacando a recente liberação do modelo de linguagem o1, o mais avançado da empresa. Essa declaração, feita em 23 de setembro, reacende o debate sobre a criação da inteligência geral artificial (AGI), que se refere a sistemas de IA com capacidade de raciocínio humano. Embora a definição de AGI seja vaga, a busca por essa tecnologia está em alta, especialmente entre empresas que desejam atrair investimentos.

Pesquisadores consultados pela revista Nature concordam que, apesar dos avanços dos modelos de linguagem como o1, Google Gemini e Claude, ainda não se chegou à AGI. Muitos especialistas, baseando-se em conhecimentos de neurociência, acreditam que os modelos atuais não conseguirão atingir essa meta sem novas abordagens tecnológicas. Os modelos de linguagem, embora versáteis, apresentam limitações fundamentais, pois geram respostas plausíveis sem realmente resolver problemas.

Estudos realizados por François Chollet e Subbarao Kambhampati indicam que o modelo o1 falha em tarefas que exigem raciocínio abstrato e planejamento. Para que a AGI se torne realidade, alguns pesquisadores sugerem que os sistemas de IA precisariam de modelos de mundo coerentes, que permitam testar hipóteses e generalizar conhecimentos. Iniciativas em instituições como a Universidade de Montreal estão explorando arquiteturas alternativas que possam facilitar esse desenvolvimento.

Em 2021, os gastos globais em pesquisa de IA ultrapassaram US$ 340 bilhões, enquanto os governos dos EUA e da Europa investiram significativamente menos. Para potencializar a pesquisa em IA, propostas como a criação de um "CERN para IA" foram sugeridas, visando atrair talentos e fomentar um ambiente de pesquisa avançado. A colaboração entre governos, empresas e pesquisadores é essencial para garantir que os avanços em IA sejam benéficos e seguros, evitando riscos associados a sistemas imprevisíveis.