A Advanced Micro Devices (AMD), uma das líderes globais na fabricação de chips, tem se esforçado para manter as expectativas sob controle sob a liderança de Lisa Su. Desde que assumiu o cargo, Su tem evitado exageros, o que ajudou a restabelecer a credibilidade da empresa, que historicamente enfrentou dificuldades no setor de tecnologia. Recentemente, ela começou a adotar um discurso mais otimista, especialmente em relação à inteligência artificial (IA), que considera a tecnologia mais transformadora de sua carreira. Em entrevista, Su afirmou: “A IA é a tecnologia mais transformadora que já vi”.

A AMD, que tem um valor de mercado de quase US$ 220 bilhões, superou a rival Intel, que enfrenta dificuldades financeiras. A receita anual da AMD, que era de US$ 5,5 bilhões há dez anos, deve quintuplicar em 2024. Su aumentou as previsões de vendas de aceleradores de IA para mais de US$ 5 bilhões, superando em dez vezes as projeções da Intel. Apesar do sucesso, Su não se considera vingativa em relação à concorrência, focando em garantir que os produtos funcionem conforme o planejado.

A abordagem de Su é marcada por visitas frequentes aos laboratórios da AMD, onde interage com os engenheiros e mantém um controle rigoroso sobre a produção. Essa prática, segundo ela, é essencial para evitar erros que podem resultar em perdas significativas. Em relação à sua reputação de não aceitar desculpas, Su comentou: “Eu gosto de ganhar”, enfatizando a importância de elevar o desempenho das equipes.

Enquanto a AMD se destaca, a Nvidia continua a crescer rapidamente, com seu negócio de data center projetado para gerar mais receita do que a soma das vendas da AMD e Intel. Su admira o CEO da Nvidia, Jensen Huang, mas mantém seu foco na produção de produtos de qualidade. Ela prevê que o mercado de chips de IA crescerá a uma taxa anual de 60%, alcançando US$ 500 bilhões até 2028, o que representa uma grande oportunidade para a AMD, que está determinada a se destacar nesse novo cenário.