Tecnologia

Miguel Nicolelis compartilha mesa com o premier da China e discute inteligência artificial

Miguel Nicolelis foi homenageado em Pequim com o Prêmio Amizade pelo governo chinês. Durante o banquete, conversou com líderes sobre inteligência artificial e DeepSeek. Nicolelis destacou a inovação da DeepSeek, que desafiou o modelo americano de IA. Ele vê oportunidades de parcerias estratégicas entre Brasil e China na ciência. O neurocientista critica a IA atual, afirmando que não é realmente inteligente.

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Miguel Nicolelis ao receber o Prêmio Amizade, concedido pelo governo chinês (Foto: Arquivo pessoal)

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Miguel Nicolelis, neurocientista brasileiro, esteve em Pequim para receber a mais alta distinção do Estado chinês, durante um banquete ao lado do primeiro-ministro Li Qiang e do chanceler Wang Yi. Em uma conversa de mais de uma hora, Nicolelis ficou surpreso com o conhecimento técnico dos líderes sobre sua área, especialmente sobre a interface entre cérebro e máquina. Ele destacou que foi a discussão mais profunda que teve com políticos sobre sua especialidade.

Durante o encontro, o tema da empresa chinesa DeepSeek e seu novo aplicativo de inteligência artificial foi abordado. Nicolelis criticou a narrativa americana sobre a necessidade de investimentos massivos em tecnologia, afirmando que a DeepSeek desmantelou esse modelo com apenas US$ 6 milhões. Ele considerou o lançamento do aplicativo no dia da posse de Donald Trump um marco histórico, simbolizando uma mudança no eixo do desenvolvimento tecnológico global.

Nicolelis, que recebeu o Prêmio Amizade do governo chinês por seu projeto "Andar de Novo", acredita que o atual cenário geopolítico oferece ao Brasil a oportunidade de formar parcerias estratégicas com a China. Ele argumenta que, à medida que a China se afasta dos EUA, o Brasil pode se tornar um parceiro acadêmico valioso, aproveitando sua capacidade de colaboração.

Por fim, Nicolelis expressou suas críticas à inteligência artificial, afirmando que ela não é "nem inteligência nem artificial". Para ele, a inteligência é um resultado de milhões de anos de seleção natural e não pode ser reduzida a algoritmos. Ele acredita que, apesar dos avanços da DeepSeek, a IA ainda carece de inteligência genuína e que a verdadeira inteligência humana prevalecerá sobre os modelos baseados em tecnologia.

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