Cientistas da Universidade de Tsukuba, no Japão, criaram um sistema que transforma cigarras vivas em alto-falantes controlados por eletricidade. Eles usam estímulos elétricos nos músculos das cigarras para ajustar os sons que elas emitem, conseguindo reproduzir melodias conhecidas, como o Canon de Pachelbel. Os timbais, que são os órgãos de som das cigarras, vibram rapidamente e produzem o canto característico do inseto. Com eletrodos implantados em sete cigarras da espécie Graptopsaltria nigrofuscata, os pesquisadores controlaram essas vibrações com precisão, alcançando uma ampla gama de tons. Embora pareça uma ideia estranha, eles acreditam que essas “cigarras cibernéticas” podem ser úteis em operações de resgate, especialmente em áreas de difícil acesso após desastres. Os insetos são leves e eficientes em termos de energia, o que os torna melhores que equipamentos eletrônicos pesados. O projeto é parte de uma ideia maior chamada biobots, que são organismos vivos modificados para realizar tarefas específicas. Os pesquisadores afirmam que as cigarras não foram muito afetadas pelo experimento e algumas até foram soltas na natureza depois. No entanto, o uso de animais vivos levanta questões éticas. O estudo foi apresentado na conferência CHI 2025 e abre espaço para novas pesquisas sobre como organismos biológicos podem interagir com dispositivos tecnológicos.
Pesquisadores da Universidade de Tsukuba, no Japão, desenvolveram um sistema inovador que transforma cigarras vivas em alto-falantes controlados eletronicamente. Utilizando estímulos elétricos nos músculos responsáveis pelo canto, a equipe conseguiu reproduzir melodias reconhecíveis, como o Canon de Pachelbel e a trilha sonora do filme Top Gun.
Os timbais das cigarras, que funcionam como órgãos sonoros, vibram rapidamente quando ativados, produzindo o canto característico do inseto. Ao implantar eletrodos na região abdominal de sete cigarras da espécie Graptopsaltria nigrofuscata, os cientistas controlaram essas vibrações com precisão, alcançando tons entre 27,5 Hz e 261,6 Hz.
Embora o experimento possa parecer excêntrico, os pesquisadores vislumbram aplicações práticas. As chamadas “cigarras cibernéticas” poderiam ser utilizadas em operações de resgate, especialmente em áreas de difícil acesso após desastres naturais. Por serem leves e energeticamente eficientes, esses insetos biotecnológicos oferecem vantagens em relação a equipamentos eletrônicos convencionais.
Aplicações e Ética
O uso do corpo da cigarra como mecanismo de som elimina o peso adicional de alto-falantes, permitindo maior liberdade de movimento. Os autores do estudo afirmam que as cigarras foram pouco afetadas pelo experimento, com algumas tentando fugir e outras permanecendo imóveis. Após os testes, parte delas foi liberada na natureza.
A técnica se beneficia do fato de que a região abdominal das cigarras possui poucos órgãos internos, facilitando o acesso aos músculos timbais. No entanto, o uso de animais vivos como interface tecnológica levanta questões éticas. O estudo foi apresentado na conferência CHI 2025 (Conference on Human Factors in Computing Systems) e abre espaço para futuras pesquisas sobre a interação entre organismos biológicos e dispositivos computacionais.
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