A fundação que cuida da coleção de Emil G. Bührle anunciou um acordo com os herdeiros de um colecionador judeu sobre a pintura “La Sultane” de Édouard Manet, permitindo que a obra continue exposta no Kunsthaus Zurich. A pintura, que faz parte de um total de 205 obras da coleção Bührle emprestadas ao museu desde 2012, foi adquirida em um período controverso, já que Bührle comprou muitas obras durante a Segunda Guerra Mundial, algumas delas de forma questionável. A nova ala do Kunsthaus, inaugurada em 2021, gerou protestos, incluindo uma artista que decidiu retirar suas obras do museu por causa da ligação com Bührle. Um relatório revelou que mais de um quarto das obras emprestadas pertenciam a judeus, mas a fundação defendeu que a venda de “La Sultane” ocorreu antes da ascensão de Hitler. Apesar das controvérsias, a fundação Bührle e o Gerta Silberberg Discretionary Trust chegaram a um entendimento, mas os detalhes do acordo não foram divulgados.
A fundação que administra a coleção Emil G. Bührle anunciou um acordo com os herdeiros de um colecionador judeu sobre a pintura “La Sultane” de Édouard Manet. O entendimento, divulgado na quarta-feira, permite que a obra permaneça em exibição no Kunsthaus Zurich.
A pintura, datada de cerca de mil oitocentos e setenta e um, é uma das 205 obras da coleção Bührle que estão emprestadas ao museu desde dois mil e doze. O industrial suíço Emil G. Bührle, que acumulou riqueza durante a Segunda Guerra Mundial, é conhecido por ter adquirido obras de arte em circunstâncias controversas, incluindo peças saqueadas pelos nazistas.
A nova ala do Kunsthaus, inaugurada em dois mil e vinte e um, gerou protestos públicos. A artista Miriam Cahn, em uma carta aberta, declarou que retiraria suas obras do museu, afirmando que não desejava ser representada em uma instituição ligada a Bührle. Um relatório encomendado pela cidade de Zurique revelou que mais de um quarto das obras emprestadas tinha pertencido a proprietários judeus, o que não foi reconhecido pela fundação.
O relatório, elaborado por Raphael Gross, presidente do Museu Histórico Alemão, destacou que a coleção é “manchada em uma escala possivelmente única na Suíça”. A fundação, por sua vez, defendeu que a venda de “La Sultane” ocorreu antes da ascensão de Hitler ao poder, em mil novecentos e trinta e dois, e não foi resultado de perseguição nazista.
Apesar das divergências, a Gerta Silberberg Discretionary Trust, sucessora legal de Max Silberberg, e a fundação Bührle chegaram a um acordo. Os detalhes do entendimento permanecem confidenciais, mas “La Sultane” continuará na coleção Bührle.
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