As facções criminosas no Rio de Janeiro (RJ) continuam a movimentar cifras milionárias com o tráfico de drogas, enquanto as milícias, compostas por ex-policiais, estabelecem diretrizes em suas comunidades. A venda de cigarros falsificados emergiu como uma das principais fontes de renda para esses grupos, que impõem punições severas, como a morte, a quem compra […]
As facções criminosas no Rio de Janeiro (RJ) continuam a movimentar cifras milionárias com o tráfico de drogas, enquanto as milícias, compostas por ex-policiais, estabelecem diretrizes em suas comunidades. A venda de cigarros falsificados emergiu como uma das principais fontes de renda para esses grupos, que impõem punições severas, como a morte, a quem compra marcas não autorizadas. Com a expansão de seu controle em áreas antes dominadas pelo Comando Vermelho (CV), os milicianos também exploram a venda ilegal de gás de cozinha e transporte alternativo.
Os dados revelam que, a cada 100 cigarros vendidos, 32 são ilegais, conforme órgãos de controle. As milícias não apenas contrabandeiam, mas também produzem cigarros falsificados, incluindo uma marca paraguaia adulterada. Apesar da baixa qualidade, comerciantes locais são forçados a vender a “marca do crime”. Em 2023, as organizações criminosas que atuam na venda de cigarros falsificados movimentaram 34 bilhões de unidades, avaliadas em R$ 9 bilhões.
Edson Vismona, presidente do Fórum Nacional contra a Pirataria e a Ilegalidade (FNCP), destacou que as forças policiais têm identificado a participação das milícias na produção de cigarros. Ele ressaltou que os moradores são obrigados a adquirir apenas os produtos autorizados pelas milícias, que ocupam espaços nas comunidades. A situação é marcada por uma onda de violência, incluindo homicídios e desaparecimentos, além de crimes como lavagem de dinheiro e contrabando.
As investigações da Polícia Civil (PCRJ) e da Polícia Federal (PF) apontam Adilson Oliveira Coutinho Filho, conhecido como Adilsinho, como o líder do monopólio do cigarro ilegal no RJ. Seu nome está associado a muitos homicídios relacionados à disputa pelo controle do comércio de cigarros. As operações Smoke Free e Fumus, realizadas em 2022 e 2021, resultaram em quase 70 mandados de prisão, incluindo os de Adilsinho e seu irmão, Cláudio Coutinho de Oliveira.
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