Mães de crianças com deficiência enfrentam muitos desafios, como a interrupção de suas carreiras e a falta de apoio. Em 2024, mães como Fernanda e Camila falam sobre suas experiências e pedem reconhecimento e inclusão, ressaltando a necessidade de políticas de trabalho flexíveis e apoio psicológico nas empresas. Fernanda, que deixou sua carreira na saúde pública para cuidar do filho Gabriel, que tem várias condições de saúde, compartilha que sua vida mudou completamente e que agora celebra pequenas conquistas. Camila, que abandonou o setor de tecnologia para cuidar de Arthur, que tem uma doença genética rara, também percebeu que não conseguia conciliar trabalho e cuidados. Ambas as mães destacam que a falta de apoio institucional e a romantização da figura da “mãe guerreira” dificultam suas vidas. Pesquisas mostram que muitas mães abandonam suas carreiras não por falta de habilidade, mas pela falta de condições adequadas no mercado de trabalho. Além disso, a falta de políticas públicas e creches especializadas agrava a situação. As mães sentem que sua identidade é afetada, passando de profissionais a cuidadoras, o que gera sentimentos de frustração e perda de autoestima. Especialistas sugerem que as empresas adotem políticas de flexibilidade, adaptem jornadas de trabalho e ofereçam apoio psicológico para ajudar essas mães a se manterem no mercado de trabalho. Mães como Camila e Daiane pedem respeito e apoio, enfatizando que não precisam ser vistas como heroínas, mas como pessoas que enfrentam dificuldades reais.
Mães de crianças com deficiência enfrentam desafios significativos, como a interrupção de suas carreiras e a falta de apoio institucional. Em 2024, mães como Fernanda e Camila compartilham suas experiências em um encontro na Praça Roosevelt, em São Paulo, destacando a necessidade de políticas de trabalho flexíveis e apoio psicológico nas empresas.
Fernanda Deliberali, do Mato Grosso, abandonou sua carreira na saúde pública para cuidar de Gabriel, que nasceu com microcefalia, hidrocefalia e paralisia cerebral. Ela relata que sua rotina é marcada por consultas médicas e terapias, o que a levou a reconfigurar suas prioridades. “Hoje vivo um dia de cada vez, celebrando cada pequena conquista”, afirma. Camila Chain, de São Paulo, também deixou o mercado corporativo de tecnologia para cuidar de Arthur, diagnosticado com a síndrome de Cri Du Chat. Ela percebeu que a rotina de trabalho estava prejudicando os cuidados com o filho e decidiu pedir demissão.
Essas mães fazem parte de um grupo crescente que enfrenta a romantização da figura da “mãe guerreira”, que muitas vezes oculta a carga emocional e social que suportam. Patrícia Salvatori, mãe de uma menina com deficiência e pesquisadora, afirma que setenta por cento das mulheres interrompem suas carreiras após o diagnóstico de um filho com deficiência. A falta de políticas públicas e de creches especializadas agrava a situação, forçando muitas mães a deixarem seus empregos.
A psicóloga Mariana Bonnas destaca que as mães enfrentam exaustão física e emocional, além de um sentimento de culpa. “Muitas relatam perda de identidade e a sensação de fracasso por não conseguirem conciliar todas as demandas”, explica. Para melhorar essa realidade, é fundamental que as empresas adotem políticas de trabalho flexíveis, ofereçam apoio psicológico e criem um ambiente acolhedor.
A Rede Mães Atípicas propõe um programa para empresas que inclui a contratação de mães como fornecedoras e a implementação de políticas de apoio. Camila e Daiane, também mães de crianças com deficiência, enfatizam que não precisam de pena, mas de respeito e inclusão. “Nossos filhos têm valor e merecem ser incluídos”, concluem.
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