Elefantas atuam como babás e fortalecem a estrutura social da manada

Recentemente, uma elefanta africana de dez anos foi observada na Reserva Nacional de Samburu, no Quênia, após um mês de ausência. Ela retornou com duas fêmeas jovens, uma delas com um filhote recém-nascido, e assumiu o papel de cuidadora, demonstrando o comportamento de alomãe.

Esse comportamento é comum entre os elefantes, onde fêmeas jovens, conhecidas como alomães, ajudam a cuidar dos filhotes de outras mães. Giacomo D'Ammando, gerente de pesquisa da organização Save the Elephants, destacou que a elefanta agiu como uma babá, oferecendo suporte à mãe inexperiente. Esse cuidado coletivo é vital para a estrutura social dos elefantes.

As alomães desempenham funções essenciais, como proteger e ensinar os filhotes. Shifra Goldenberg, cientista da San Diego Zoo Wildlife Alliance, afirma que essas fêmeas adquirem experiência parental ao interagir com os jovens. Além disso, a presença de mais cuidadoras aumenta a segurança da manada, especialmente quando os elefantes se dispersam em busca de alimento.

Comportamento Protetor

As alomães também confortam os filhotes em situações de estresse, como quedas ou separações. Em casos de perigo, as fêmeas se reúnem para formar um "círculo de alerta" ao redor dos jovens. Um vídeo gravado em abril de 2025 no San Diego Zoo Safari Park mostrou três elefantas adultas protegendo filhotes durante um terremoto de magnitude 5,2.

Goldenberg observa que a relação entre alomães e filhotes envolve brincadeiras, fundamentais para o desenvolvimento social dos jovens. Esse processo pode levar anos, mas muitos filhotes se tornam independentes por volta dos quatro anos. Albright, curadora de mamíferos do parque, relata que à noite, os filhotes se aconchegam com as babás enquanto as mães forrageiam.

Amamentação Alógena

Outro comportamento interessante é a amamentação alógena, onde filhotes mamam em fêmeas que não são suas mães. Essas elefantas usam suas trombas para guiar os filhotes até os mamilos, oferecendo conforto. A sociedade dos elefantes demonstra que o cuidado coletivo é essencial para a sobrevivência da espécie, evidenciando que "é preciso uma aldeia para criar um filhote".