Beijo divino e selo de fogo: a simbologia do amor em Cantares de Salomão

O livro de Cantares, considerado o mais romântico da Bíblia, revela as raízes da cultura judaica através do casamento entre Salomão e a Sunamita. Essa história de amor simboliza também o relacionamento entre Deus e o povo judeu, além de representar a conexão entre Jesus e a Igreja. Os símbolos presentes na obra, embora complexos, oferecem insights sobre como devemos amar a Cristo e como somos amados por Ele.

No primeiro capítulo, a noiva expressa seu desejo de ser “beijada pela Palavra”, indicando que a compreensão das Escrituras traz mais alegria do que os prazeres terrenos. O beijo e as carícias simbolizam a afeição divina, enquanto o vinho representa a alegria do Reino de Deus. Assim, a presença de Jesus é o que realmente importa para a noiva, que representa a Igreja.

No segundo capítulo, o noivo convida a noiva a se levantar e mudar, simbolizando a necessidade de adaptação às mudanças espirituais. A metáfora das estações sugere que, assim como um estilista antecipa o frio, devemos nos preparar para os desafios que virão. O convite para saltar montanhas e colinas representa a superação de obstáculos, com o noivo mostrando sua soberania sobre todas as dificuldades.

Nos capítulos quatro e cinco, a noiva decide deixar sua zona de conforto para seguir o noivo, simbolizando um compromisso profundo. A “montanha da mirra” representa a morte de sonhos e desejos, enquanto a “colina do incenso” simboliza a oração. Nos capítulos seis e sete, a noiva reafirma seu compromisso eterno, mesmo diante do sofrimento. O amor é descrito como um selo, simbolizando a proteção do Espírito Santo, e a obra termina com o clamor da noiva pela volta do noivo, refletindo a expectativa da Igreja pela segunda vinda de Cristo.