14 de jul 2025
Ex-premiê de Israel classifica 'cidade humanitária' em Gaza como campo de concentração
Ex primeiro ministro critica proposta de "cidade humanitária" em Gaza, acusando Israel de limpeza étnica e desvio de objetivos militares.

Ehud Olmert, ex-primeiro-ministro de Israel, fotografado durante evento em Jerusalém no começo de maio (Foto: Ahmad Gharabli/AFP)
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A proposta do ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, de criar uma "cidade humanitária" em Rafah, na Faixa de Gaza, gerou forte controvérsia. O ex-primeiro-ministro Ehud Olmert a classificou como um campo de concentração, afirmando que a medida representa uma forma de limpeza étnica. O plano visa abrigar inicialmente 600 mil palestinos, com a possibilidade de expandir para toda a população da região.
Olmert criticou a proposta em entrevista ao Guardian, destacando que os palestinos não teriam permissão para sair da área, exceto para outros países. Ele alertou que essa estratégia não busca proteger os civis, mas sim deportá-los. "Se eles forem deportados para a nova 'cidade humanitária', isso é limpeza étnica", afirmou Olmert.
A proposta gerou reações negativas de especialistas e organizações internacionais. A Agência da ONU para os Refugiados Palestinos (UNRWA) comparou a ideia a um campo de concentração, enquanto o ministro britânico para o Oriente Médio, Hamish Falconer, expressou preocupação com o direito dos civis de retornarem às suas casas.
Dentro do governo israelense, o chefe do Estado-Maior, Eyal Zamir, também criticou o plano, considerando que ele desvia a atenção dos objetivos principais da guerra, que são eliminar o Hamas e libertar os reféns. O projeto, que conta com o apoio do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, está sendo discutido em meio a um cessar-fogo de 60 dias em negociação com o Hamas.
Olmert, que liderou Israel de 2006 a 2009, expressou sua indignação com a atual situação em Gaza e a violência crescente na Cisjordânia. Ele destacou que a campanha militar de Israel se transformou em uma série de crimes de guerra, e que a pressão internacional pode ser um fator para mudanças nas atitudes israelenses.



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