Governo Trump restringe serviços multilíngues em agências federais para imigrantes

O governo do presidente Donald Trump anunciou a redução dos serviços multilíngues em agências federais, priorizando o inglês como idioma oficial. Essa mudança, formalizada em um decreto de 1º de março, impacta diretamente imigrantes, dificultando o acesso a serviços essenciais como saúde e Justiça.

Em 2000, o então presidente Bill Clinton havia garantido que as agências federais oferecessem serviços acessíveis a pessoas com baixo domínio do inglês, com base em leis de direitos civis. Agora, o Departamento de Justiça, seguindo o novo decreto, realizará um "inventário interno" dos serviços em outros idiomas e eliminará gradualmente as ofertas consideradas "desnecessárias".

O governo justifica a medida como uma forma de fortalecer a unidade cívica e empoderar os novos americanos. No entanto, organizações de defesa dos direitos civis expressam preocupação com o impacto negativo que essas mudanças podem ter no acesso à assistência médica, no preenchimento de formulários e no direito ao voto.

Dados do censo de 2023 revelam que mais de 26 milhões de habitantes dos Estados Unidos falam inglês em um nível inferior a "muito bom". Além disso, cerca de 42 milhões de pessoas falam espanhol em casa, sendo que 16 milhões enfrentam dificuldades com o inglês. Essa realidade levanta questões sobre a inclusão e a acessibilidade dos serviços públicos em um país cada vez mais diversificado.

A decisão de Trump de priorizar o inglês também se reflete em outras áreas, como a exigência de que caminhoneiros dominem o idioma, conforme um decreto de maio. A redução dos serviços multilíngues representa um retrocesso nas políticas de inclusão, afetando uma parcela significativa da população que depende desses serviços para acessar direitos básicos.