Loro Piana entra em administração judicial após denúncias de exploração laboral

A Loro Piana, marca de cashmere do grupo LVMH, foi colocada sob administração judicial por um ano após um tribunal de Milão identificar violação de direitos trabalhistas em sua cadeia de suprimentos. A decisão foi motivada pela terceirização da produção a fornecedores que exploravam trabalhadores, resultando em multas significativas.

A investigação revelou que a Loro Piana repassou a produção de roupas, incluindo jaquetas, para a Evergreen Fashion Group, uma empresa chinesa. As condições de trabalho nas oficinas subcontratadas eram precárias, com violações das normas de saúde e segurança e exploração de trabalhadores, incluindo salários atrasados e jornadas excessivas. A marca já enfrentava investigações anteriores sobre suas práticas laborais.

A administração judicial, que terá duração de um ano, visa corrigir as deficiências na cadeia de suprimentos da Loro Piana. Um administrador designado pelo tribunal supervisionará as operações da marca durante esse período. Caso a empresa atenda às exigências legais antes do término do prazo, a ordem poderá ser revogada.

Além das multas que totalizam mais de 241 mil euros, a Loro Piana não está sob investigação criminal. A marca, que foi adquirida pela LVMH em 2013, é liderada por Frédéric Arnault, filho do presidente do conglomerado, Bernard Arnault. Este caso se soma a uma série de investigações que afetaram outras marcas de luxo na Itália, como Valentino, Dior e Armani.

A Loro Piana afirmou ter encerrado rapidamente os laços com o fornecedor após a descoberta das irregularidades e está colaborando com as autoridades. A investigação foi iniciada após um trabalhador chinês denunciar abusos, incluindo agressões físicas.