Constance Marten revela meses de sofrimento em igreja considerada 'torturante'

Constance Marten, ex-discípula do pregador TB Joshua, foi condenada por homicídio culposo após a morte de sua filha, Victoria. O julgamento revelou negligência grave e condições perigosas em que a criança foi mantida. Marten, de 38 anos, e seu parceiro, Mark Gordon, foram considerados "arrogantes" e "egoístas", vivendo em um relacionamento tóxico que resultou na morte da criança.

Marten, que passou quatro meses na Sinagoga Igreja de Todas as Nações (Scoan) em Lagos, Nigéria, foi levada ao local por sua mãe, Virginie De Selliers. A igreja, liderada por Joshua, falecido em 2021, foi alvo de investigações por abusos, incluindo violência e exploração sexual. Embora não haja evidências de que Marten tenha sido abusada diretamente, sua experiência na igreja a deixou com traumas que persistem até hoje.

Traumas e Consequências

Após deixar a Scoan, Marten tentou reconstruir sua vida, estudando na Universidade de Leeds. Mensagens reveladas indicam que ela ainda lutava com os efeitos de sua experiência na igreja. Em 2012, Marten expressou a um amigo sua dificuldade em compartilhar o que vivenciou, temendo ser considerada louca. Ela descreveu a necessidade de entender a manipulação sutil que ocorre em cultos.

O julgamento atual destacou a negligência de Marten e Gordon, que não forneceram cuidados adequados à filha, resultando em sua morte. O tribunal ouviu que a criança foi exposta a condições perigosas e que o casal ocultou o nascimento da menina. Marten e Gordon já haviam sido condenados anteriormente por crueldade infantil e obstrução da justiça.

O Legado de TB Joshua

A Scoan, uma das maiores igrejas evangélicas do mundo, foi investigada por práticas abusivas sob a liderança de Joshua. Ex-membros relataram experiências traumáticas, incluindo abuso físico e psicológico. Marten, que se destacou como uma jovem inteligente e independente, foi uma das muitas que saíram da igreja com cicatrizes emocionais profundas.

A história de Constance Marten é um reflexo das consequências devastadoras que cultos podem ter na vida de indivíduos vulneráveis. A condenação por homicídio culposo é um desdobramento trágico de uma vida marcada por experiências traumáticas e negligência.