15 de jul 2025
Debate sobre enanismo revela estigmas mesmo em ambientes acolhedores
ADEE denuncia festa de aniversário de jogador por uso de figurantes com acondroplasia, alegando perpetuação de estereótipos e discriminação.

Lamine Yamal na final da Liga das Nações, no dia 8 de junho passado. (Foto: Michael Probst/AP)
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Lamine Yamal, jogador do FC Barcelona, celebrou seu aniversário de 18 anos com uma festa temática de gângsteres, que gerou polêmica. A festa, realizada em uma propriedade privada, contou com a presença de figurantes com acondroplasia, o que levou a Associação de Pessoas com Acondroplasia e Outras Displasias Esqueléticas (ADEE) a anunciar uma denúncia. A associação argumenta que a utilização dessas pessoas perpetua estereótipos e discriminação.
Os figurantes, por sua vez, defendem seu direito ao trabalho. Um deles, que pediu anonimato, declarou que não se sentiu desrespeitado e ressaltou que sua função incluía dançar e realizar truques de mágica. A ADEE, no entanto, considera inaceitável que pessoas com enanismo sejam contratadas apenas para entretenimento, afirmando que isso fere a dignidade humana e perpetua uma imagem negativa.
A situação se complica com a recente aprovação de uma reforma na Lei Geral de Direitos das Pessoas com Deficiência, que visa endurecer as penalidades para o uso de pessoas com deficiência em espetáculos que promovam a ridicularização. Embora a festa tenha ocorrido em uma propriedade privada, a ADEE acredita que a situação deve ser investigada, já que a legislação proíbe a exploração de pessoas com deficiência para fins de entretenimento.
O debate sobre a ética do uso de pessoas com acondroplasia em eventos de entretenimento está aberto. Enquanto a ADEE defende a erradicação de estereótipos, os figurantes argumentam que têm o direito de trabalhar e que a crítica à sua profissão pode ser prejudicial. A polêmica destaca a necessidade de um diálogo mais profundo sobre a representação de pessoas com deficiência na sociedade e os limites do entretenimento.
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