14 de jul 2025
Exportações do Brasil para os EUA despencam 50% desde 2001
Tarifa de 50% dos EUA sobre produtos brasileiros pode impactar 6.500 pequenas empresas e reduzir PIB do Brasil em até 0,5 ponto percentual.

O presidente dos EUA, Donald Trump, aumentou tarifa sobre produtos brasileiros; Lula disse que Brasil aplicará reciprocidade (Foto: Evaristo Sá e Andrew Caballero Reynolds/AFP)
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Os Estados Unidos anunciaram uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, a partir de 1º de agosto, gerando preocupações sobre o impacto econômico e as relações comerciais entre os dois países. A decisão do presidente Donald Trump ocorre em um contexto de crescente tensão política e econômica, onde o Brasil tem visto uma queda significativa na participação americana em suas exportações.
Dados do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da FGV mostram que a participação dos EUA nas exportações brasileiras caiu de 24,4% em 2001 para 12,2% em 2024. Em contrapartida, a China se consolidou como o principal parceiro comercial do Brasil, com um aumento de sua participação de 3,3% para 28% no mesmo período. A União Europeia e a América do Sul também perderam espaço, com quedas de 44% e 31%, respectivamente.
Impactos Econômicos
A nova tarifa de Trump pode afetar diretamente mais de 6.500 pequenas empresas nos EUA que dependem de produtos brasileiros. As câmaras de comércio dos dois países, como a U.S. Chamber of Commerce e a AmCham Brasil, pedem negociações para evitar danos econômicos. A imposição das tarifas pode elevar os custos para consumidores e comprometer a competitividade de setores-chave da indústria americana.
Economistas projetam que a tarifa pode reduzir o PIB brasileiro em até 0,5 ponto percentual. O Santander estima que o Brasil pode perder até US$ 9,4 bilhões em exportações ao longo de um ano, representando uma queda de 7% no superávit comercial esperado. A incerteza sobre a resposta do Brasil e a possibilidade de novas tarifas dos EUA tornam o cenário ainda mais complexo.
Respostas do Brasil
O governo brasileiro já sinalizou que pode adotar medidas de proteção econômica, conforme previsto na Lei da Reciprocidade Econômica. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o STF se manifestaram, destacando que não há perseguição política no país e que a decisão de Trump se baseia em uma "compreensão imprecisa dos fatos".
A FGV observa que, apesar da ameaça de tarifas, há uma chance de que o governo americano volte atrás, seja pela pressão de empresas americanas afetadas ou pelo histórico de decisões de Trump. O Brasil busca alternativas para reverter a situação, incluindo a possibilidade de encarecer as importações dos EUA.




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