Trump propõe corte drástico de juros do Fed e preocupa economistas e investidores

O presidente Donald Trump propôs que o Federal Reserve (Fed) reduza sua taxa básica de juros para 1%, uma medida que gerou preocupações sobre a credibilidade e a independência do banco central. A taxa atual varia entre 4,25% e 4,50%. O objetivo de Trump é diminuir os custos da dívida pública, especialmente após a aprovação do pacote de gastos e cortes de impostos conhecido como "One Big Beautiful Bill Act".

Historicamente, o Fed já manteve taxas próximas de 1% em momentos de crise, como após os ataques de 11 de setembro e durante a crise financeira de 2008. Contudo, com o crescimento econômico em torno de 2%, inflação de 2,5% e desemprego em 4,1%, analistas afirmam que não há justificativa para um corte tão drástico neste momento. Gregory Daco, economista-chefe da EY-Parthenon, destacou que, apesar de haver "alguma margem para corte", a proposta de Trump seria uma mudança de magnitude excessiva.

Preocupações do Mercado

A proposta de redução da taxa levanta temores de que o Fed possa ceder à pressão política, o que poderia comprometer sua credibilidade. Daco alertou que o mercado de títulos poderia reagir negativamente, com receios de que a inflação se reacenda e as expectativas inflacionárias se desancorem. A confiança dos investidores em relação à independência do Fed é crucial, e um corte de juros em um cenário de incerteza poderia resultar em retornos mais altos exigidos para aplicações de longo prazo.

Trump também enviou uma nota manuscrita ao presidente do Fed, Jerome Powell, sugerindo a redução da taxa. No entanto, os formuladores de política monetária do Fed consideram arriscado implementar cortes antes de garantir que as novas tarifas não provocarão um aumento da inflação. A situação atual exige cautela, e a análise dos dados econômicos será fundamental para qualquer decisão futura.