OMS aprova lenacapavir injetável como nova opção para prevenção do HIV

A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou novas diretrizes recomendando o uso do lenacapavir, um medicamento injetável para prevenção do HIV, a ser administrado semestralmente. A recomendação foi divulgada durante a 13ª Conferência da Sociedade Internacional de Aids, realizada em Kigali, Ruanda, no dia 14 de outubro.

Atualmente, a única opção disponível no Brasil para profilaxia pré-exposição (PrEP) é a forma oral, que exige a ingestão diária de comprimidos. O Ministério da Saúde informa que cerca de 124,8 mil usuários utilizam essa estratégia no país. A Anvisa está analisando pedidos de registro do lenacapavir, tanto na forma injetável quanto em comprimidos, ambos com prioridade.

O lenacapavir, aprovado pelo FDA em junho sob o nome comercial Yeztugo, é considerado uma alternativa eficaz e de longa duração em comparação aos comprimidos diários. O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, destacou que o medicamento pode beneficiar especialmente aqueles com dificuldades em manter a adesão ao tratamento diário.

Eficácia e Ação do Lenacapavir

O lenacapavir atua como um inibidor de capsídeo, bloqueando a replicação do HIV no organismo. Essa nova classe de antirretrovirais permite que o medicamento seja eficaz em doses menores e com aplicações semestrais. Em 2024, foram registradas 1,3 milhão de novas infecções por HIV, com maior incidência entre grupos vulneráveis.

Embora o acesso ao lenacapavir fora dos ensaios clínicos ainda seja limitado, a OMS instou governos e parceiros globais de saúde a implementarem imediatamente essa inovação em programas nacionais de prevenção combinada do HIV. O medicamento não é uma vacina, pois não induz o sistema imunológico a produzir defesas contra o HIV, mas sim combate o vírus diretamente.