17 de jul 2025
Proprietários rurais revelam razões para conservar ou desmatar áreas protegidas
Proprietários rurais de São Paulo priorizam lucros em detrimento da preservação florestal, ignorando benefícios do sequestro de carbono.
Compreender percepções e decisões dos agricultores sobre os benefícios promovidos pela floresta pode ajudar a otimizar o cumprimento da lei (Foto: Amanda Fernandes/acervo pessoal)
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Legislação brasileira exige preservação florestal, mas proprietários rurais priorizam fatores econômicos
Um estudo recente revela que proprietários rurais em São Paulo não enxergam o sequestro de carbono como um benefício significativo, priorizando fatores econômicos em suas decisões sobre a preservação florestal. A pesquisa, realizada por Amanda Fernandes da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq-USP), entrevistou 90 proprietários em 13 municípios, destacando a importância das Áreas de Proteção Permanente (APPs) e Reservas Legais.
Essas áreas são essenciais para a conservação da vegetação nativa, representando 54% da vegetação remanescente no Brasil. O estudo identificou que, entre os proprietários que desmataram, as motivações incluíam incentivos governamentais e aumento da área agrícola. Para aqueles que mantiveram ou ampliaram as áreas florestais, a conservação da água e o cumprimento da legislação foram os principais fatores.
A pesquisa apontou que 89% dos entrevistados notaram uma redução na disponibilidade de água desde 1985, atribuída a desmatamento e práticas agrícolas inadequadas. Apesar disso, a maioria dos proprietários demonstrou disposição para restaurar áreas florestais, desde que recebam apoio financeiro. Contudo, apenas 2% mostraram interesse em investir ativamente na restauração.
Cristina Adams, professora da USP, ressalta que, embora os proprietários estejam informados e participem de cooperativas, a percepção sobre o sequestro de carbono é limitada. Apenas 9% consideram esse aspecto relevante. A pesquisa sugere a necessidade de uma comunicação mais eficaz sobre os benefícios econômicos da conservação e restauração florestal.
A transição para uma agricultura mais sustentável é fundamental, assim como a discussão sobre soluções que vão além do mercado de carbono. O estudo destaca que fatores econômicos dominam as decisões dos proprietários, indicando a urgência de uma abordagem integrada para a conservação ambiental no Brasil.
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