16 de jul 2025
Acelerador de partículas revela desequilíbrio entre matéria e antimateria
Experimento do LHCb revela asimetria de 2,45% entre matéria e antimateria em bariones, desafiando o modelo padrão da física.

Um operário revisa as instalações do experimento LHCb em 2018. (Foto: CERN)
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O Grande Colisionador de Hádrons (LHC), localizado na Suíça, fez uma descoberta significativa ao detectar, pela primeira vez, uma asimetria entre matéria e antimateria em bariones, com um desequilíbrio médio de 2,45%. Este resultado, obtido pelo experimento LHCb, desafia o modelo padrão da física e sugere a existência de novas fontes de asimetria.
Os bariones, como os prótons e nêutrons, são fundamentais para a formação da matéria que compõe o universo, representando cerca de 5% de sua totalidade. A pesquisa, que envolveu a análise de 80.000 desintegrações de bariones desde 2011, revela que, em algumas ocasiões, o desequilíbrio pode ultrapassar 5%. Os dados foram publicados na revista Nature, um dos principais periódicos científicos do mundo.
A física gallega Maria Vieites, coordenadora adjunta do LHCb, destacou que o modelo padrão não explica completamente a predominância da matéria no universo. Segundo ela, é necessário investigar novas fontes de desequilíbrio, especialmente em partículas convencionais, que se assemelham àquelas que formam os núcleos atômicos. Vieites enfatizou que a pesquisa é desafiadora, pois envolve processos extremamente raros.
Implicações da Descoberta
A descoberta é crucial para entender a origem do universo, que, segundo a teoria do Big Bang, surgiu com quantidades iguais de matéria e antimateria. No entanto, o cosmos atual é quase totalmente composto de matéria bariónica, com pouca ou nenhuma antimateria. A primeira evidência de asimetria foi observada em 1964, mas a confirmação em bariones representa um avanço significativo.
O físico teórico Juan Antonio Aguilar afirmou que, embora os resultados sejam compatíveis com o modelo padrão, eles também podem indicar a presença de fenômenos além desse modelo. A discrepância observada sugere que existem mais fontes de asimetria, possivelmente ligadas à matéria escura, que compõe cerca de 27% do universo. O LHC, em sua próxima fase de reforma, buscará aumentar a quantidade de colisões de prótons, o que pode levar à descoberta de novas partículas.
A pesquisa do LHCb, que envolve 1.600 cientistas de 22 países, representa um passo importante na busca por respostas sobre a composição do universo e os mistérios que ainda permanecem.
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