Sapos desaparecem na Costa Rica e geram preocupação entre biólogos locais

O sapo-dourado, espécie endêmica da Costa Rica, desapareceu nas décadas de 1980 e 1990, possivelmente devido a um fungo quitrídio e mudanças climáticas. Em 2018, o professor de ecologia da Universidade da Costa Rica, Federico Bolaños, revisitou o tema, afirmando que não há evidências conclusivas sobre as causas do desaparecimento da espécie.

Durante uma conversa, Bolaños destacou que, embora o fungo quitrídio tenha afetado diversas espécies de sapos, não há provas de que tenha sido o responsável pelo sumiço do sapo-dourado. Ele enfatizou que muitos pesquisadores reconhecem a falta de dados concretos, levando a especulações sobre o que realmente ocorreu. "Precisamos de mais elementos para ter certeza sobre o que aconteceu", disse o professor.

Além do fungo, Bolaños sugeriu que fatores climáticos podem ter contribuído para a extinção. Ele observou que o sapo-dourado era altamente especializado, vivendo em altitudes elevadas, o que o tornava vulnerável a pequenas variações de temperatura. "Se as temperaturas estão aumentando, então não havia para onde fugir naquela montanha", afirmou.

A extinção do sapo-dourado pode ser vista como um exemplo de como a especialização pode levar à vulnerabilidade. "A espécie estava destinada à extinção", concluiu Bolaños, refletindo sobre a complexidade do caso. A busca por respostas continua, mas o mistério em torno do sapo-dourado persiste, deixando um legado de incertezas e questionamentos sobre a conservação das espécies.