17 de jul 2025
Sedimentos marinhos revelam segredos sobre o clima da Amazônia na Era Glacial
Estudo revela que a Amazônia era mais úmida durante períodos glaciais, desafiando conceitos tradicionais sobre seu clima e biodiversidade.

DE OLHO NO FUTURO - Pesquisa sobre o clima no passado, projeta mudanças climáticas na Amazônia (Foto: Jonne Roriz/Bloomberg/Getty Images)
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A Amazônia apresenta um novo entendimento sobre seu clima ao longo dos últimos dois milhões de anos. Pesquisas recentes revelam que, diferentemente do que se acreditava, a região era mais úmida durante períodos glaciais, com aumento da precipitação. Este estudo, realizado por uma colaboração entre a Universidade Federal Fluminense, a Universidade do Estado do Rio de Janeiro e a Universidade de Duke, utiliza dados de sedimentos marinhos coletados na Bacia Pará-Maranhão.
Os pesquisadores analisaram indicadores geoquímicos nos sedimentos, como as razões de titânio/cálcio (Ti/Ca) e ferro/potássio (Fe/K), que funcionam como proxies da atividade continental. Aumento na razão Ti/Ca indica maior aporte continental, sugerindo que a chuva e a erosão aumentaram durante os períodos glaciais. Os dados mostram que, ao longo do Quaternário, a Amazônia passou por flutuações climáticas que afetaram sua biodiversidade, com períodos úmidos e secos.
Novas Descobertas
Os resultados desafiam a ideia tradicional de uma Amazônia mais seca em épocas glaciais. Durante esses períodos, as flutuações climáticas globais, como os eventos de Heinrich no Atlântico Norte, estão associadas a um aumento da precipitação na região. O estudo revela que a maior amplitude dos eventos frios após 650 mil anos resultou em uma resposta mais úmida da Amazônia.
A pesquisa destaca a importância de entender o passado climático da Amazônia para prever os impactos das mudanças atuais. A floresta, que abriga mais da metade das espécies de plantas terrestres do planeta, sempre foi moldada por variações climáticas. A análise de foraminíferos marinhos complementa os dados, permitindo uma reconstrução detalhada do clima continental e oceânico.
Este estudo inédito, financiado por instituições como a Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj) e a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), oferece uma nova perspectiva sobre a dinâmica climática da Amazônia e sua relação com as mudanças globais.
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