18 de jul 2025
Gato cientista contribui para a descoberta de dois vírus perigosos
Gato identifica nova cepa de orthoreovirus em musaranho, destacando a importância de testar animais mortos para a saúde pública.

Pepper: o gato cientista que ajudou a identificar uma nova cepa de orthoreovirus (Foto: John Lednicky./Divulgação)
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Um gato chamado Pepper desempenhou um papel crucial na identificação de uma nova cepa de orthoreovirus em um musaranho-de-cauda-curta, na região dos Everglades, na Flórida. O estudo, publicado na revista Microbiology, revela a importância de investigar vírus em animais mortos, uma prática que pode fornecer dados valiosos sobre a saúde pública.
A descoberta começou quando Pepper trouxe o musaranho morto para seu dono, o virologista John Lednicky, da Universidade da Flórida. Inicialmente, Lednicky suspeitou que o animal poderia estar infectado com o vírus da varíola do veado-mudo. No entanto, os testes revelaram uma cepa inédita de orthoreovirus, um vírus já conhecido por infectar mamíferos, incluindo humanos.
Os orthoreovírus têm sido associados a doenças como encefalite, meningite e gastroenterite, especialmente em crianças. A principal autora do estudo, Emily DeRuyter, destacou que muitos desses vírus eram considerados inofensivos, mas agora estão relacionados a problemas respiratórios e neurológicos. Lednicky enfatizou a necessidade de desenvolver métodos rápidos de detecção desses vírus.
Implicações e Pesquisas Futuras
A equipe de Lednicky compartilhou as sequências genômicas do novo vírus, denominado orthoreovirus mamífero tipo 3 do musaranho de Gainesville. Eles já haviam identificado outros vírus que afetam veados, como o jeilongvirus. A evolução constante dos vírus, semelhante ao que ocorre com o vírus da gripe, levanta questões sobre a origem e disseminação do orthoreovirus.
Desde a primeira identificação de um orthoreovirus em cervos em 2019, a comunidade científica tem se debruçado sobre como esses vírus podem afetar diferentes espécies. A equipe de Lednicky planeja focar em estudos de sorologia e imunologia para entender melhor o impacto do vírus em humanos e animais.
Pepper, o gato que iniciou essa investigação, permanece saudável e sem sinais de doença. Lednicky reiterou a importância de testar animais mortos, afirmando que isso pode revelar informações cruciais sobre a saúde viral.
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