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22 de jul 2025

Produção de alimentos e fibras gera 80% dos danos ao planeta, alerta especialista

Eduard Müller propõe práticas de agricultura regenerativa para restaurar solos degradados e reduzir emissões de CO₂, promovendo sustentabilidade.

Eduard Müller, o reitor da Universidade para a Cooperação Internacional (UCI) da Costa Rica, em junho no rancho Kosmos em Río Seco (Costa Rica). (Foto: Ángeles Lucas)

Eduard Müller, o reitor da Universidade para a Cooperação Internacional (UCI) da Costa Rica, em junho no rancho Kosmos em Río Seco (Costa Rica). (Foto: Ángeles Lucas)

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Eduard Müller, reitor da Universidade para a Cooperação Internacional (UCI) de Costa Rica, defende a regeneração dos ecossistemas como solução para a degradação do solo e a dependência de fertilizantes químicos. Em sua visão, 75% dos solos do mundo estão degradados, o que compromete a produção agrícola e a biodiversidade.

Müller destaca a importância da cobertura vegetal e da agricultura regenerativa para restaurar a saúde do solo. Ele explica que cada colher de solo saudável pode conter até oito bilhões de microorganismos, refletindo a diversidade biológica que está sob nossos pés. Em um projeto chamado Costa Rica Regenerativa, ele demonstra como a cobertura com folhas e ramagens protege o solo, evitando a erosão e promovendo um ambiente propício para a vida.

A agricultura convencional, segundo Müller, transforma o solo vivo em "morto", levando à dependência de produtos químicos. Ele argumenta que a cobertura vegetal é essencial para regenerar o solo em uma década, contribuindo também para a captura de CO₂ da atmosfera. Um estudo do Instituto Rodale aponta que a conversão da ganadería e da agricultura para práticas regenerativas poderia capturar até 55 gigatoneladas de CO₂ anualmente, superando as emissões globais.

Práticas Sustentáveis

Müller propõe um modelo de agricultura que respeite as características locais, sugerindo a criação de camadas de vegetação que favoreçam a biodiversidade. Ele enfatiza que a regeneração é aplicável em qualquer região, desde que se estude o ambiente local. Durante a pandemia, ele conseguiu que 500 famílias cultivassem alimentos sem químicos, demonstrando que é possível produzir de forma sustentável e nutritiva.

Além disso, Müller ressalta a necessidade de mudança de mentalidade na população e a criação de empregos na área de regeneração. Ele coordena projetos que utilizam bonos de carbono para restaurar ecossistemas, criando oportunidades de trabalho que não podem ser substituídas pela inteligência artificial.

A proposta de Müller inclui a construção de um complexo formativo em sua propriedade, onde as pessoas poderão aprender sobre práticas regenerativas. Ele acredita que é hora de agir e transformar conhecimento em ação, promovendo um futuro mais sustentável e saudável para o planeta.

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