28 de jul 2025
Fóssil de tartaruga gigante de 10 milhões de anos é descoberto no Acre
Paleontólogos descobrem fóssil raro da tartaruga gigante Stupendemys geographicus no Acre, com carapaça de 1,70 metro, datado do Mioceno.

MILENAR - Equipe de cientistas com o fóssil da tartaruga gigante: mais de 10 milhões de anos (Foto: Ufac/USP/Unicamp/Divulgação)
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Um fóssil bem preservado da tartaruga-gigante Stupendemys geographicus foi descoberto na região de Boca dos Patos, em Assis Brasil, Acre. A expedição, liderada pelos paleontólogos Carlos D’Apolito Júnior, da Universidade Federal do Acre (Ufac), e Annie Schmaltz Hsiou, da Universidade de São Paulo (USP), ocorreu durante o projeto “Novas fronteiras no registro fossilífero da Amazônia Sul-ocidental”.
O fóssil, que remonta ao Mioceno, entre 10,8 e 8,5 milhões de anos, apresenta uma carapaça de 1,70 metro de largura, estimando-se que poderia alcançar quase 3 metros de comprimento. Hsiou, que estuda a região há duas décadas, destacou a importância da descoberta, que é uma das mais bem preservadas da espécie.
A região sul-ocidental amazônica é rica em fósseis, mas a maioria é fragmentada. D’Apolito Júnior comentou que a descoberta de um espécime tão completo é rara e permitirá comparações com registros de outros locais, como a Venezuela. A pesquisa busca entender se a tartaruga encontrada é a mesma espécie ou se existem variações.
Desafios da Expedição
A expedição enfrentou desafios logísticos significativos. A equipe, composta por 16 pessoas, teve que navegar por um rio seco, o que dificultou o acesso ao local da escavação. D’Apolito Júnior lembrou que o grupo teve sorte ao encontrar o fóssil no primeiro dia, evitando a perda do material devido a possíveis enchentes.
Após a escavação, o fóssil foi transportado para a Ufac, onde passará por análises científicas e será integrado à coleção da universidade. O projeto também visa fortalecer a colaboração com comunidades locais, reconhecendo seu papel na preservação do patrimônio paleontológico.
Importância da Colaboração Local
A interação com as comunidades tradicionais é um dos eixos do projeto. Hsiou enfatizou que o conhecimento local é fundamental para a descoberta de novos fósseis. Durante a expedição, a equipe teve contato com a comunidade indígena Manchineri, que acompanhou o trabalho de escavação.
O projeto “Novas fronteiras no registro fossilífero da Amazônia Sul-ocidental” busca explorar mais áreas remotas da região, aumentando as chances de novas descobertas. A pesquisa não apenas contribui para a ciência, mas também promove a educação ambiental e a conscientização sobre a importância da preservação da biodiversidade e do patrimônio fossilífero.
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