Carne vermelha diária pode prejudicar a saúde, alertam especialistas sobre preparos indicados

Recentes recomendações de entidades de saúde sugerem limitar o consumo de carne vermelha a 100 gramas por semana, destacando a importância de uma dieta diversificada. Essa orientação surge em meio a crescentes preocupações sobre a relação entre o consumo excessivo de carne e problemas de saúde, como doenças cardiovasculares e câncer.

A Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC) recomenda não ultrapassar 500 gramas de carne cozida por semana. Nutricionistas como Giselle Vitto Reis Pereira, do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, ressaltam que dietas como a DASH e a Dieta do Mediterrâneo também apoiam a moderação no consumo de carne vermelha. A Dieta da Saúde Planetária, proposta em 2019, sugere um limite ainda mais restrito, de cerca de 100 gramas por semana.

Impactos na Saúde e no Meio Ambiente

A principal razão para essa redução é a alta quantidade de gordura saturada presente na carne vermelha, que está associada ao aumento do colesterol e ao risco de doenças cardiovasculares. O médico nutrólogo Durval Ribas Filho, da Associação Brasileira de Nutrologia, explica que o consumo excessivo pode levar à produção de N-óxido de trimetilamina (TMAO), uma substância ligada ao acúmulo de gordura nos vasos sanguíneos.

Além disso, o consumo elevado de carnes processadas, como salsichas e hambúrgueres, está relacionado a um aumento do risco de câncer, especialmente o de intestino. Giselle Pereira alerta que o nitrito de sódio, presente nesses produtos, pode causar distúrbios celulares. Por isso, recomenda-se que esses alimentos sejam consumidos de forma esporádica.

Alternativas e Recomendações

Embora as diretrizes incentivem a redução do consumo de carne vermelha, não se propõe a sua eliminação total. A carne é uma fonte importante de nutrientes, como ferro, vitaminas do complexo B e proteínas. Para aproveitar esses benefícios, é aconselhável optar por cortes magros, como patinho e filé mignon, e evitar métodos de preparo que possam gerar substâncias nocivas, como a grelha em altas temperaturas.

Nutricionistas sugerem que a dieta inclua uma variedade maior de alimentos, como peixes e aves, além de grãos e hortaliças, que devem ocupar um espaço mais significativo nas refeições. A mudança na alimentação é vista como uma forma de beneficiar tanto a saúde das pessoas quanto a do planeta.