Rússia ainda registra tremores em capital afetada por terremotos; veja vídeos

Petropavlovsk-Kamtchatski, a capital dos terremotos na Rússia, foi abalada por um tremor de 8,8 graus na manhã desta quarta-feira (30). O evento sísmico durou mais de três minutos e causou danos significativos a prédios, além de ferimentos em dezenas de pessoas, mas não houve mortes registradas.

O guia turístico Egor Afanasiev, que vive na cidade há quase 30 anos, descreveu a experiência como a mais intensa que já presenciou. Ele estava em casa quando o tremor começou, às 8h25 (17h25 de terça, 29, em Brasília). "Fiquei muito assustado e corri para a rua", relatou. O epicentro do terremoto foi localizado a cerca de 125 km a sudeste da cidade, a uma profundidade de apenas 20 km, o que amplificou sua intensidade.

A cidade, com 165 mil habitantes, já está acostumada a eventos sísmicos, mas este foi um dos mais fortes registrados na história. O Serviço Geológico dos Estados Unidos classificou o tremor como o sexto mais potente já registrado na região. Ao longo do dia, foram registradas pelo menos 30 réplicas, algumas delas bastante fortes, causando ainda mais preocupação entre os moradores.

Os danos foram significativos, com partes de prédios desabando, incluindo uma creche nas proximidades. A prefeitura local confirmou que dezenas de pessoas ficaram feridas, mas nenhuma gravemente. Câmeras de segurança de um centro de oncologia mostraram uma equipe médica mantendo a calma durante uma cirurgia enquanto o tremor ocorria.

Impacto e Contexto

A península de Kamtchatka, onde Petropavlovsk-Kamtchatski está localizada, é conhecida por sua atividade sísmica intensa, devido à sua posição no Círculo de Fogo do Pacífico. A região abriga 29 vulcões ativos e é um dos locais com maior concentração de atividade geológica do mundo. Historicamente, a área já enfrentou terremotos devastadores, como o de 1952, que atingiu 9 graus.

O turismo, que compete com a pesca como principal atividade econômica da região, sofreu mudanças desde a Guerra da Ucrânia, mas o número de visitantes internos aumentou. Em 2024, a península registrou 365 mil turistas, um crescimento em relação aos 240 mil de 2019. Apesar dos riscos, a beleza natural e as oportunidades de aventura continuam atraindo visitantes.