Genes identificados podem prever eficácia da imunoterapia em pacientes com melanoma
Estudo brasileiro revela genes que preveem resistência à imunoterapia em melanoma, potencializando tratamentos e reduzindo custos no SUS.
Entre os diferentes tipos de imunoterapia, o bloqueio da proteína PD-1 se tornou a abordagem padrão para casos avançados de melanoma. No entanto, entre 40% e 60% dos pacientes não respondem bem a essa abordagem e o tratamento pode custar entre R$ 30 mil e R$ 40 mil por mês (Foto: Freepik)
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Pesquisadores brasileiros identificaram quatro genes que podem prever a resistência à imunoterapia em pacientes com melanoma, um câncer de pele agressivo. O estudo, realizado no Centro de Pesquisa em Oncologia Molecular do Hospital de Amor, visa personalizar tratamentos e reduzir custos no Sistema Único de Saúde (SUS).
Os genes CD24, NFIL3, FN1 e KLRK1 foram associados a uma resposta negativa à imunoterapia, que utiliza o bloqueio da proteína PD-1. Essa abordagem é padrão para casos avançados de melanoma, mas entre 40% e 60% dos pacientes não respondem adequadamente, enfrentando efeitos colaterais significativos. O melanoma, que representa cerca de 4% dos tumores de pele, é responsável por aproximadamente 9 mil casos e 2 mil mortes anuais no Brasil.
A pesquisa analisou amostras de 35 pacientes tratados entre 2016 e 2021. Os resultados mostraram que pacientes com alta expressão dos genes identificados têm um risco 230 vezes maior de não responder à imunoterapia. Além disso, a sobrevida global após cinco anos foi de 48,1% para aqueles com baixa expressão dos genes, em comparação com apenas 5,9% entre os com alta expressão.
Implicações Clínicas
Os achados podem transformar a abordagem terapêutica, permitindo que médicos identifiquem quais pacientes têm chances reais de se beneficiar da imunoterapia. A equipe, liderada pela engenheira biotecnológica Bruna Pereira Sorroche, utiliza a tecnologia NanoString, que é mais acessível e custo-efetiva do que métodos tradicionais de sequenciamento.
A pesquisa também se destacou por ser baseada no perfil genético da população atendida pelo SUS, aumentando a relevância dos resultados para a saúde pública no Brasil. O próximo passo é validar os achados com um número maior de pacientes e definir um valor de corte para a expressão dos genes.
Essas descobertas podem não apenas evitar tratamentos ineficazes, mas também direcionar recursos públicos de forma mais eficiente, uma vez que a imunoterapia pode custar entre R$ 30 mil e R$ 40 mil por mês. A equipe está em fase de patenteamento da tecnologia, que poderá ser utilizada como uma ferramenta de predição na prática clínica.
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