31 de jul 2025
Tratamento do câncer se torna 15 vezes mais caro a partir do estágio 2
Especialistas alertam para a urgência de atualizar protocolos de rastreio e utilizar inteligência artificial no diagnóstico precoce do câncer
Evento "Retratos do Câncer", realizado pelo Estadão Blue Studio no Unibes Cultural, em São Paulo, conta com diversos painéis com especialistas em oncologia. Na foto, o painel "Prevenção, diagnóstico e tratamento no Brasil: avanços, desafios e sustentabilidade". (Foto: Tiago Queiroz/Estadão)
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O diagnóstico precoce do câncer é essencial para melhorar prognósticos e reduzir custos no tratamento, especialmente em estágios iniciais da doença. Durante o evento “Retratos do Câncer”, realizado nesta quinta-feira, 31, especialistas enfatizaram a necessidade de atualizar os protocolos de rastreio, considerando o aumento de casos entre jovens e a implementação de inteligência artificial para diagnósticos em áreas remotas.
Antônio Antonietto, diretor médico do A.C. Camargo Câncer Center, destacou que o custo do tratamento em estágio 1 é 15 vezes menor do que em estágios mais avançados. O tratamento inicial custa cerca de R$ 40 mil, enquanto o tratamento em estágio 3 ou 4 pode chegar a R$ 600 mil, muitas vezes com resultados menos eficazes. A redução do tabu em relação a exames, como o de próstata e os colorretais, é um dos desafios para acelerar o diagnóstico.
Luisa Lina Villa, chefe do Laboratório de Inovação em Câncer do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp), ressaltou a importância da informação no combate ao câncer. Ela observou que o aumento de casos de câncer de pulmão entre mulheres está relacionado ao aumento do tabagismo feminino. Angélica Nogueira, presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), alertou que o câncer se torna mais comum entre jovens, que muitas vezes não estão incluídos nos exames de rastreio.
A recente morte da cantora Preta Gil, aos 50 anos, trouxe à tona a importância da colonoscopia para a detecção precoce do câncer colorretal. Isso resultou em um aumento de 57% nas buscas por esse exame no Google. Angélica Nogueira enfatizou a necessidade de ajustar as idades recomendadas para os exames de rastreio, que devem ser dinâmicas e refletir as novas estatísticas.
O governo federal planeja utilizar inteligência artificial para aprimorar diagnósticos, especialmente em regiões remotas. Antonietto mencionou que, em parceria com o A.C. Camargo, estão sendo instalados scanners em diversas localidades do Brasil para facilitar a leitura de lâminas de exames, contribuindo para um diagnóstico mais rápido e eficaz da doença.
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