Brasil registra retorno do inverno e frio intenso deve persistir até agosto

Após dois anos de invernos atípicos e quentes, o Brasil experimenta um retorno às temperaturas normais no inverno de 2025. Meteorologistas destacam que, até agosto, o frio se mantém dentro da média histórica, especialmente nas regiões Sudeste e Sul. O coordenador de operações do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), Marcelo Seluchi, explica que a sensação de frio intenso é resultado da falta de memória sobre invernos anteriores.

Nos anos de 2023 e 2024, o país enfrentou os invernos mais quentes já registrados, o que fez com que muitos brasileiros não se lembrassem das características típicas da estação. Seluchi ressalta que, embora junho e julho tenham apresentado algumas anomalias de frio, as temperaturas estão, em sua maioria, dentro da normalidade. Por exemplo, o Sul do Brasil teve um mês abaixo da média, mas isso é esperado em um ciclo climático.

Anomalias e Expectativas

O inverno de 2025 trouxe algumas oscilações, como temperaturas abaixo de 20°C em várias regiões, mas Seluchi afirma que isso não é um sinal de um frio excepcional. A configuração atmosférica atual favorece a passagem frequente de frentes frias, que têm contribuído para a sensação de frio. No entanto, ele alerta que essa condição pode mudar, e o calor pode retornar em agosto e setembro.

Em locais tradicionalmente frios, como a Serra da Mantiqueira, as temperaturas têm sido baixas, mas sem quebrar recordes históricos. A menor temperatura registrada até agora foi de -10,3ºC em Bom Jardim da Serra, Santa Catarina. William Siqueira, meteorologista que monitora a região, elogia o inverno deste ano, afirmando que está dentro do padrão esperado.

Condições Climáticas

Atualmente, o Brasil vive um ano considerado neutro, sem a influência de fenômenos como La Niña ou El Niño. Seluchi observa que a temperatura do Oceano Pacífico está ligeiramente abaixo da média, o que pode estar contribuindo para as condições climáticas atuais. Embora haja uma pequena chance de formação de La Niña no final do ano, isso ainda é incerto.

Os meteorologistas continuam a monitorar as condições climáticas, prevendo que as frentes frias devem persistir nas próximas semanas. A expectativa é que o frio continue, especialmente nas regiões mais afetadas, enquanto o restante do país pode experimentar temperaturas mais elevadas.