EMS lança Olire, a primeira caneta emagrecedora brasileira, e oferece alternativa mais acessível no tratamento da obesidade

Nesta segunda-feira (4), a farmacêutica brasileira EMS anunciou o lançamento da primeira versão nacional das chamadas “canetas emagrecedoras”, utilizadas no tratamento da obesidade.

Trata-se do remédio chamado Olire, que recebeu aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em dezembro do ano passado. Contudo, a EMS só pôde começar a comercializar o medicamento após a expiração da patente da liraglutida, ocorrida em março deste ano.

Além do Olire, a EMS também lançou o Lirux, voltado exclusivamente para o tratamento do diabetes, diferenciando as finalidades terapêuticas dos dois, apesar de conterem a mesma substância (liraglutida).

Essa liraglutida, princípio ativo de ambos os medicamentos, é uma substância que imita o hormônio natural GLP-1 no organismo, ajudando a reduzir a fome, aumentar a sensação de saciedade e melhorar o metabolismo. Ela faz parte da mesma classe de fármacos da semaglutida, presente no Ozempic e Wegovy, e da tirzepatida, encontrada no Mounjaro. Contudo, por ser uma molécula mais antiga, apresenta eficácia menor no tratamento da obesidade, já que não promove uma perda de peso tão expressiva.

No Brasil, a liraglutida é indicada para adultos com diabetes tipo 2 e para adultos e adolescentes (a partir de 12 anos) com obesidade ou sobrepeso com doenças associadas, sempre combinada com dieta e exercícios. O uso requer prescrição médica e acompanhamento profissional.

A partir de agora, o medicamento similar poderá ser comercializado nas farmácias, e outros laboratórios também poderão desenvolver versões similares ou genéricas da substância.

Com é feito o uso

Tanto o Olire quanto o Lirux devem ser aplicados uma vez ao dia, em qualquer horário e sem relação com as refeições. A administração é feita por injeção subcutânea, podendo ser aplicada no abdômen, na coxa ou na parte superior do braço. A dose máxima do Olire para combate da obesidade será de 3 mg ao dia, enquanto a caneta para diabéticos Lirux terá dose máxima de até 1,8 mg ao dia, segundo a EMS.

Preocupações

O uso de medicamentos à base de liraglutida e semaglutida representam avanços significativos no tratamento do diabetes e da obesidade, mostrando eficácia comprovada no controle glicêmico e na perda de peso. No entanto, seu uso tem se expandido além do público que realmente necessita, com muitas pessoas buscando esses medicamentos por razões estéticas, sem indicação médica clara, que podem levar a riscos desnecessários à saúde. Além disso, um estudo internacional publicado na revista científica Current Neuropharmacology investigou uma possível relação entre os análogos de GLP-1 e mudanças cerebrais ligadas ao aumento do risco de depressão e pensamentos suicidas. Os resultados indicaram que fatores genéticos podem explicar essa conexão em certos pacientes.

Preços

A partir de hoje, estarão disponíveis nas redes Raia, Drogasil, Drogaria São Paulo e Pacheco 100 mil unidades do Olire e 50 mil unidades do Lirux, medicamentos nacionais que oferecem uma alternativa mais acessível para o tratamento da obesidade. Enquanto remédios como o Ozempic possuem preços elevados, dificultando o acesso de muitos pacientes, o Olire e o Lirux chegam com preços sugeridos a partir de R$ 307,26 para a embalagem com uma caneta, R$ 507,07 para o Lirux com duas canetas e R$ 760,61 para o Olire com três canetas.