05 de ago 2025
Aplicativos de wearables coletam até 33 tipos de dados dos usuários diariamente
Estudo revela que aplicativos de smartwatches coletam dados sensíveis, aumentando riscos à privacidade dos usuários no Brasil

Usuário com smartwatch: apps desses dispositivos coletam dados como localização, histórico de uso e dados pessoais (Foto: Anadolu/Getty Images)
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Em 2025, aproximadamente 13,5 milhões de brasileiros devem utilizar smartwatches, representando 6,38% da população. Essa previsão, feita pela Surfshark, empresa de cibersegurança, destaca não apenas o crescimento do uso de dispositivos vestíveis, mas também as preocupações com a privacidade dos dados coletados por esses aparelhos.
Um estudo da Surfshark analisou 24 aplicativos de smartwatches, óculos inteligentes e anéis, revelando que os apps de smartwatches lideram em volume de dados, coletando em média 11 tipos diferentes de informações. Em comparação, os aplicativos de óculos inteligentes coletam 9 tipos e os de anéis, 6 tipos. Entre os dados acessados estão localização, contatos, histórico de navegação e informações financeiras.
Preocupações com a Privacidade
Um dos casos mais alarmantes é o dos óculos Ray-Ban Meta, que exige emparelhamento com o app Meta AI. Este aplicativo coleta 33 dos 35 tipos de dados listados na App Store, utilizando mais de 90% das informações para fins publicitários. Outro exemplo é a Amazon Alexa, que, ao ser usada com óculos inteligentes, coleta até 28 tipos de dados, levantando questões sobre a destinação final dessas informações.
Além disso, alguns aplicativos, como os dos relógios CMF Watch e Casio Watches, utilizam dados para rastrear usuários. O pesquisador Luís Costa, da Surfshark, alerta que o uso simultâneo de múltiplos dispositivos aumenta a exposição dos usuários à coleta de dados. Ele enfatiza que dados biométricos, como padrões de sono e batimentos cardíacos, são especialmente sensíveis e irrecuperáveis em caso de vazamento.
A Necessidade de Atenção
A pesquisa também destaca a complexidade das políticas de privacidade, que muitas vezes são longas e difíceis de entender, contribuindo para a fadiga de privacidade. Um estudo revelou que algumas políticas chegam a ter 12 mil palavras, o que equivale a mais de 30 páginas. A Surfshark recomenda que os usuários estejam atentos às permissões solicitadas pelos aplicativos e leiam as políticas de privacidade, pois essas informações são essenciais para o controle sobre o que é compartilhado e para onde vão os dados pessoais.
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