Restauração com árvores nativas pode impulsionar produção de madeira legal e combater desmatamento
Técnicas de manejo florestal podem acelerar a restauração no Brasil, reduzindo custos e atraindo mais proprietários para o setor
Estudo criou modelo que projeta o tempo de crescimento de espécies arbóreas nativas da Mata Atlântica até que obtenham 'maturidade' necessária para atender à indústria madeireira (Foto: Pedro Brancalion/Lastrop-USP)
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O Brasil se comprometeu a restaurar 12 milhões de hectares até 2030, enfrentando desafios como altos custos de plantio e a falta de dados sobre o crescimento de espécies nativas. Uma nova pesquisa publicada na revista Perspectives in Ecology and Conservation sugere que técnicas de manejo podem antecipar em até 13 anos o corte de árvores nativas, aumentando a produtividade e atraindo proprietários para a restauração florestal.
As técnicas propostas incluem adubação, correção do solo, desbaste e controle de espaçamento em projetos com espécies nativas. Segundo o pesquisador Pedro Medrado Krainovic, que liderou o estudo, essas práticas podem reduzir em 25% o tempo necessário para a colheita, aumentando em 38% a produtividade por área. Isso pode ajudar a abastecer a indústria madeireira, diminuindo a pressão sobre biomas como a Amazônia.
O estudo avaliou 13 áreas de restauração florestal em São Paulo, com alta diversidade de espécies nativas. Os pesquisadores acompanharam o crescimento de dez espécies arbóreas de valor comercial, como jatobá, ipê-roxo, jequitibá-rosa e cedro-rosa, para modelar o tempo até atingirem o diâmetro de corte. Embora muitas dessas espécies estejam protegidas por lei, os dados fornecem subsídios técnicos para ampliar o uso futuro na restauração produtiva.
Iniciativas e Prêmios
O projeto, parte do Programa Biota-Fapesp, busca soluções sustentáveis para o combate a desastres ambientais e mudanças climáticas. O Prêmio Jovem Cientista, que incentiva pesquisas nessa área, já está com inscrições encerradas. A premiação inclui laptops, bolsas do CNPq e valores entre R$ 12 mil a R$ 40 mil em cinco categorias, destacando a importância da ciência e inovação no enfrentamento das mudanças climáticas.
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