Prada avalia compra da Versace, mas desafios podem comprometer a estratégia de luxo

A Prada, renomada marca italiana de luxo, está considerando a aquisição da Versace, atualmente sob a propriedade da Capri Holdings, conforme reportado pelo jornal italiano Il Sole 24 Ore. Essa movimentação ocorre em um cenário onde colaborações são comuns no setor, mas a parceria entre as duas marcas pode não se concretizar. A Capri enfrenta dificuldades financeiras, especialmente após a rejeição de sua venda de US$ 8,5 bilhões para a Tapestry, o que pode levar a uma venda da Versace.

A Versace, uma das marcas mais icônicas da moda, gerou cerca de US$ 846 milhões em vendas previstas para este ano. A inclusão da marca no portfólio da Prada poderia aproximá-la da Gucci, da Kering, que atualmente é 30% maior em receita. A Prada, com uma receita estimada de 5,4 bilhões de euros (aproximadamente US$ 5,5 bilhões) em 2024, tem se destacado pela sua gestão e pela popularidade crescente da Miu Miu, sua marca irmã.

Entretanto, a aquisição não seria simples. A Capri pagou US$ 2,1 bilhões pela Versace em 2018, e a marca enfrenta um momento de estagnação nas vendas, além de um prejuízo operacional previsto. A Prada também deve considerar que a estética exuberante da Versace pode não se alinhar com seu estilo minimalista, o que poderia gerar desafios criativos e operacionais.

Por fim, a Versace pode atrair o interesse de outras marcas de luxo, como a LVMH, enquanto a Prada pode optar por explorar outras oportunidades de crescimento, como a introdução de uma linha masculina na Miu Miu. A dinâmica do mercado de luxo continua a evoluir, e a possibilidade de uma Versace revitalizada permanece em aberto, mas não necessariamente sob a bandeira da Prada.